Vespa parasita transforma hospedeiros em guarda-costas para ovos

23/07/2020 às 08:232 min de leitura

Uma espécie de vespa parasitária vem chamando atenção da comunidade científica pela sua habilidade de "controlar" o comportamento de suas vítimas. A Glyptapanteles é capaz de introduzir até 80 ovos em um hospedeiro antes de transformá-lo em uma espécie de guarda-costas para suas crias.

As lagartas da espécie de mariposa Thyrinteina leucocerae são os alvos favoritos para o sucesso da reprodução das vespas. Uma vez que as larvas eclodem para fora da lagarta, o corpo do animal deixa de agir por conta própria, esquece de se alimentar e assume a única função de balançar sua cabeça violentamente para afastar possíveis predadores.

Estudos sobre a vespa parasitária

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Em 2008, cientistas da Universidade de Amsterdam, na Holanda, se aprofundaram em pesquisas que pudessem explicar a mudança de comportamento repentino das lagartas. Com a ajuda de pesquisadores holandeses e brasileiros, o líder do estudo, Amir Grosman, observou mais de perto o comportamento inusitado das Thyrinteina leucocerae infectadas.

Enquanto que apenas um espécime saudável entre 20 apresentava um comportamento agressivo com a aproximação de percevejos, todos os indivíduos infectados entravam em uma postura defensiva para proteger a vida das pupas da vespa parasitaria. 

De acordo com o estudo de Grosman, o ato de balançar violentamente a cabeça foi eficaz em 60% dos casos — amedrontando os percevejos e fazendo com que estes desistissem da tentativa de se alimentar dos ovos. 

Explicações para a ação inusitada das lagartas

Apesar dos experimentos de Grosman confirmarem uma anormalidade na ação das lagartas infectadas, os pesquisadores não conseguiram chegar em uma explicação que levasse os animais a se comportarem como zumbis

Após a série de testes, os cientistas confirmaram que as pupas da Glyptapanteles não produzem qualquer secreção com agentes químicos que pudessem alterar o estado mental das lagartas, visto que indivíduos saudáveis não sofrem qualquer mudança ao se aproximarem das larvas.

A hipótese mais palpável veio através da dissecação das Thyrinteina leucocerae. Em seu artigo, Grosman aponta que todos os hospedeiros possuíam algumas sobras de larvas dentro de seus corpos. 

Segundo o pesquisador, é possível que esses parasitas sejam essenciais para converter as lagartas em um guarda-costas para seus irmãos, realizando um sacrifício pessoal para aumentar as chances de sobrevivência de sua espécie na natureza.

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