Ciência
27/07/2020 às 09:00•2 min de leitura
Comandados pela Dr. Barbara Mühlemann, cientistas da Universidade de Cambrigde deram um passo importante para compreender as mutações que um vírus pode sofrer com o passar das eras. Após coletar informações de esqueletos vikings no nordeste da Europa, a equipe de pesquisa identificou resquícios do vírus da varíola — datando para mais de 1 mil anos no passado.
Durante o século XX, a varíola foi responsável por matar aproximadamente 300 milhões de pessoas no mundo todo, deixando um rastro de destruição e ficando marcada como uma das doenças mais mortais da história. Em sua declaração, Mühlemann ressaltou que a análise de uma forma tão primitiva de um vírus é muito importante para a criação de novas hipóteses no campo de mutação genética de doenças.
(Fonte: Thames Valley Archeological Services)
Antes da descoberta feita pela equipe de Cambridge, as últimas evidências genéticas da existência do vírus da varíola indicavam sua existência por volta da metade dos anos 1600. Porém, o resultado da pesquisa feita por Mühlemann e seus colegas demonstrou que os dados não chegavam nem perto do período de sua origem.
A escavação de cemitérios da população Viking na Dinamarca, Suécia, Noruega, Rússia e Reino Unido desvendou a existência de uma forma primitiva da doença em pelo menos 11 dos corpos encontrados entre os restos mortais — que chegaram a viver há mais de 1400 anos no passado.
(Fonte: Pixabay)
A varíola é uma doença que, assim como o coronavírus, passa de pessoa para pessoa através de gotículas infecciosas, o que torna a transmissão do vírus muito mais fácil em culturas aglomeradas. Sendo assim, é possível que a maneira como os vikings viviam tenha ajudado na propagação da doença no continente europeu.
Os vikings costumavam viver como uma população itinerante, locomovendo-se de um lugar para outro em curtos períodos de tempo. Então, é possível que indivíduos vikings infectados tenham levado a doença para diversas regiões da Europa.
O artigo publicado na revista Science não explica ao certo como o vírus começou a se replicar dentro dos seres humanos, mas tudo indica que a varíola — assim como outras doenças — tenha origem animal. Os cientistas acreditam que a descoberta deve ajudar na precaução contra outros tipos de vírus no futuro.