Ciência
31/07/2020 às 14:00•2 min de leitura
O diamante é o material conhecido por ser o mais resistente do mundo. Certo? Talvez não! Isso porque pesquisadores europeus afirmam ter criado o primeiro material sintético não cortável da história. E, de bônus, esse metal inventado também destrói ativamente o objeto cortante.
O material é resultado de uma pesquisa internacional, feita em conjunto por engenheiros da Universidade de Durham, na Inglaterra, e do Instituto Fraunhofer, na Alemanha. O trabalho foi liderado pelo Dr. Stefan Szyniszewski, da academia alemã, e publicado no periódico Scientific Reports.
Uma imagem feita em computador apresenta o Proteus por dentro. (Fonte: Durham University/Reprodução)
Diferentemente do que muitos devem pensar, o material não é inspirado em diamantes ou safiras, que são os naturais mais resistentes que existem, mas, sim, nas células da casca da toranja e das conchas do molusco abalone. Isso porque, além de ser não cortável, o objeto é forte e leve ao mesmo tempo.
Segundo informações divulgadas pelos pesquisadores, o elemento é feito de esferas de cerâmica de alumina envoltas em alumínio celular, estrutura de espuma metálica e funciona revertendo a força de uma ferramenta de corte sobre si mesma. Ou seja, o Proteus devolve a ação contra o objeto cortante.
Em um vídeo divulgado pelos envolvidos no trabalho, é possível perceber o dano que o material sintético faz em uma serra circular. Confira:
No vídeo, dá para ver como a serra atravessa a superfície, mas não consegue cortar o sintético por dentro e ainda vai se desgastando até sumir. Além da serra circular, o novo material mais resistente do mundo também foi testado contra jatos de água e brocas.
A dúvida que fica é: como o material sintético sobrevive e afeta a ferramenta cortante? O segredo de Proteus é que, na verdade, ele não é impossível de ser cortado, o que ele faz é devolver o efeito ao objeto cortante. Dessa forma, a ferramenta é destruída antes de conseguir perfurar o material.
Em declaração feita pela Universidade de Durham, o professor Dr. Stefan Szyniszewski contou que, no caso das brocas e serras, uma conexão vibracional entrelaçada criada pelas esferas de cerâmica dentro do invólucro cega o corte.
Nos jatos de água, a ineficácia de perfuração é por conta do design curvo das cascas de cerâmica envolvidas na espuma metálica, que amplia o jato de água e, assim, reduz substancialmente sua velocidade e poder de corte.