Artes/cultura
13/08/2020 às 13:00•2 min de leitura
Através de suas redes sociais, a entomologista Gwen Pearson postou uma curiosa imagem de uma tarântula-de-joelho-branco (Acanthoscurria geniculata) sem pelos em seu bumbum. Apesar da estranheza inicial do público, a cientista logo tratou de acalmá-lo, explicando que o fato é normal para a espécie e que seria resultado de coceiras causadas por um eventual stress relacionado ao tráfico de animais.
A foto foi divulgada após a apreensão de centenas de aranhas exóticas que estavam sendo transportadas para o comércio ilegal e relata um dos possíveis transtornos que diversas criaturas podem desenvolver ao serem exploradas pelo mercado negro. O aracnídeo foi um dos oito espécimes que foram adotados pelo Zoológico e Jardim Botânico de Cincinatti, em Ohio.
(Fonte: Gwen Pearson/Twitter)
"Não é a mordida a principal defesa das tarântulas sul-americanas, mas sim os pelos da bunda, que causam coceira", disse Pearson em comunicado ao portal Live Science. "E é uma SUPERcoceira — pior que fibra de vidro. Um aborrecimento para os humanos, mas algo muito sério para pequenos ratos ou outros predadores que tentam comer uma tarântula".
A perda de pelo da tarântula-de-joelho-branco é uma das situações que retratam a importância da preservação ambiental e do respeito ao habitat natural das espécies animais. O bumbum pelado do aracnídeo, resultado de um enorme stress que o animal sofreu durante sua trajetória — desde o transporte ilegal até a viagem ao zoológico — aponta uma grande preocupação para especialistas, que veem o declínio das espécies.
(Fonte: Gwen Pearson/Twitter)
Após perder seus pelos, a aranha entra em um longo processo de reestruturação corporal que a deixa vulnerável a predadores e outros tipos de ataques, especialmente se não estiver em seu ecossistema, podendo durar mais de três meses. "A única maneira das tarântulas substituírem o 'pelo' é trocando completamente todo o seu exoesqueleto", explicou Pearson. "Não é cabelo como o nosso; cada fio é uma extensão fina de sua dura casca externa".
Os animais apadrinhados pelo zoológico estarão mantidos em cativeiro por um tempo, na tentativa de reduzir a pressão sob criaturas selvagens e evitar uma caça predatória ainda maior causada por grupos de exploração relacionados ao tráfico de animais para o mercado negro.