Estilo de vida
10/11/2020 às 04:00•2 min de leitura
Um camaleão desaparecido há 106 anos, e que fazia parte da lista das 25 espécies “mais procuradas pela Global Wildlife Conservation (GWC), foi localizado por conservacionistas na região de Mahajanga, no noroeste de Madagascar, no jardim de um hotel em estilo bangalô, na cidade de Katsepy.
Descoberto pela primeira vez em 1893 e visto pela última vez em 1913, o camaleão de Voeltzkow (Furcifer voeltzkowi ) foi redescoberto agora por Frank Glaw e sua equipe do Departamento de Vertebrados da Coleção de Zoologia do Estado da Baviera, da Alemanha, conforme estudo publicado na revista Salamandra em 30 de outubro.
O que mais chamou a atenção dos pesquisadores foi a visão das fêmeas da espécie, que possuem uma capacidade extraordinária de mudar de cor, porém de uma forma muito brilhante, exibindo um padrão de pontos vermelhos e uma faixa roxa contra um fundo preto e branco.
A expedição à ilha de Madagascar foi organizada pela Global Wildlife Conservation, através do seu programa “Busca por Espécies Perdidas”, uma tentativa de redescobrir animais não observados por cientistas há pelo menos uma década.
O camaleão do Voeltzkow era considerado um grande desafio, pois seus hábitos são pouco conhecidos pelos conservacionistas, embora se saiba que seus “parentes” mais próximos têm uma vida curta e morrem jovens. Um deles, o camaleão de Labord (Furcifer labordi ), nasce em novembro, amadurece, põe ovos e morre em março.
Tendo em mente que os camaleões de Voelzkow poderiam estar “disponíveis” apenas numa metade do ano, se fossem como o Labord, a expedição chegou às florestas do país insular africano em abril de 2018, mas seus esforços foram a princípio infrutíferos. Até que, poucos dias antes do fim da viagem, um guia profissional avistou um dos camaleões. Foram descobertos três machos e 15 fêmeas.
As fêmeas de Voeltzkow são menores que os machos, segundo os pesquisadores. Enquanto elas medem cerca de 150 mm, os machos podem chegar a 164 mm. Os machos são verde-claros e exibem listras verde-escuras quando estressados.
As fêmeas, quando estressadas, perdem a sua coloração verde original e adquirem listras pretas, uma listra roxa lateral e pele branca com uma garganta laranja brilhante