Ciência
24/11/2020 às 06:00•2 min de leitura
A agressividade de um vulcão pode destruir tudo ao seu redor, no entanto, estas fissuras de fogo também são locais onde são criadas muitas coisas. Um estudo russo relatou a descoberta de um novo mineral com tons vibrantes entre o azul e o verde. A equipe russa batizou este novo material de petrovita.
A petrovita foi encontrada no extremo leste da Rússia, na Península de Kamchatka, em um vulcão chamado Tolbachik. Lá, entre 1975 e 1976 tivemos o que ficou conhecido como a “Grande Erupção da Fissura de Tolbachik”, e mais recentemente, entre 2012 e 2013, aconteceu um evento parecido, mas em menores proporções.
Com isso, o local onde o Tolbachik fica se tornou um território com terreno rochoso formado por minerais e com uma grande quantidade de fumaça sendo expelida do solo. O Tolbachik virou um berço de minerais nunca vistos em outros lugares.
A última descoberta, a petrovita, faz parte de uma extensa lista de 130 tipos de minerais encontrados na região.
A petrovita foi achada em 2000, perto do segundo cone de cinzas associado à erupção de 1975. O objeto encontrado foi guardado para estudos posteriores. Somente agora, 20 anos depois, o mineral de tom azulado foi considerado oficialmente uma nova descoberta.
O pesquisador e cristalógrafo Stanislav Filatov, da Universidade de São Petersburgo, explicou a formação química do material: “O átomo de cobre na estrutura cristalina da petrovita tem uma coordenação incomum e muito rara de sete átomos de oxigênio. Essa coordenação é característica de apenas alguns compostos, como o saranchinaita — [outro mineral descoberto na região, em 2018]”.
No caso da petrovita, acredita-se que o mineral se cristaliza por precipitação direta dos gases vindos do vulcão, se transformando na crosta azul esverdeada vista.
A composição molecular da petrovita é formada por átomos de oxigênio, enxofre, sódio e cobre, e sua estrutura porosa pode permitir que íons de sódio migrem através da estrutura.
Os pesquisadores acreditam que se conseguirem replicar a estrutura da petrovita em laboratório, isso potencialmente possibilitará a criação de baterias de sódio mais eficientes que as baterias de lítio usadas hoje.