As múmias de Gottfried Knoche: o mistério do embalsamamento

27/11/2020 às 06:002 min de leitura

Nascido em 17 de janeiro de 1813, na cidade de Halberstadt, na Alemanha, August Gottfried Knoche estudou na Universidade de Freiburg e se tornou médico cirurgião. Naquela época, ele já repassava pelos mesmos estudos do escocês William Hunter sobre o processo de embalsamamento de um cadáver, a fim de tentar vencer a degradação que a morte causava.

Em 1839, Knoche se mudou para La Guaira, na Venezuela, onde fundou o Hospital San Juan de Dios, entre 1854 e 1856, para atender a população costeira e os emigrantes alemães que viviam nas proximidades litorâneas. Foi logo em seguida que ele trouxe a filha e a esposa da Alemanha para trabalharem com ele como assistente e enfermeira, respectivamente.

Durante a terceira “onda” epidêmica da cólera, o cuidado e jeito caridoso do médico tratar dos pacientes pobres sem cobrar nada por isso construiu sua reputação e influência em meio à comunidade.

O fluído misterioso

(Fonte: Wikiwand/Reprodução)
(Fonte: Wikiwand/Reprodução)

Estima-se que mais de 100 mil militares foram mortos na Guerra Federal, o confronto bélico entre as tendências liberais e conservadoras da Venezuela, e foi nessa época que Knoche começou a fazer experimentos nos cadáveres não reclamados que eram trazidos aos montes dos campos de batalha.

Enquanto no século XVII William Harvey injetou soluções para preservar os corpos para o sepultamento, mas removendo os órgãos, Knoche queria encontrar um fluído que fizesse exatamente o contrário e preservasse o cadáver o máximo possível da ação da decomposição. Foi em seu laboratório no terreno que chamou de Hacienda Buena Vista, que ele inventou uma substância que injetava nas veias dos cadáveres dos militares para que fossem conservados.

(Fonte: Assombroso/Reprodução)
(Fonte: Assombroso/Reprodução)

Logo Knoche estava trabalhando cercado por múmias e seu fascínio por aquilo assustou sua esposa, que resolveu se mudar de volta para a Alemanha. Nesse ínterim, ele contratou a enfermeira Amalie Weismann para ajudá-lo com o trabalho enquanto as notícias sobre seus experimentos se espalhavam cada vez mais. Não se sabe exatamente o quanto isso afetou a carreira profissional do médico, porém sua obsessão pelos estudos levou tudo de sua vida pessoal.

(Fonte: Atlas Obscura/Reprodução)
(Fonte: Atlas Obscura/Reprodução)

Infelizmente, ninguém nunca descobriu o que havia nesse fluído “mágico” que preservava tão bem os cadáveres. Alguns médicos e cientistas especularam que ele era baseado em um composto de cloreto de alumínio, mas qualquer chance de coletar uma amostra foi inviabilizada depois que Hacienda Buena Vista foi saqueada, depredada por vândalos e engolida pela vegetação.

(Fonte: Pinterest/Reprodução)
(Fonte: Pinterest/Reprodução)

Em meados de 1928, o escritor Miguel Aristiguieta e Federico Mila de la Roca foram os últimos que visitaram o local, onde se depararam com as múmias removidas de seus nichos e espalhadas ao longo da propriedade.

Prevendo a chegada da própria morte, Gottfried Knoche pediu para que Amalie aplicasse nele seu “soro da mumificação” quando ainda estava vivo e antes de ser trancado no mausoléu de sua família que ficava na propriedade. O médico enterrou-se com a fórmula de anos de trabalho, e que para a época significaria um avanço significativo para a história da medicina.

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