Saúde/bem-estar
23/12/2020 às 05:00•2 min de leitura
Recentemente, dois professores da Emory University, em Atlanta nos Estados Unidos, publicaram um relato na revista de pesquisa The Conversation, explicando como, em 2013, eles encontraram a primeira toca de nidificação de iguana fóssil conhecida, o primeiro do tipo atribuído a esse gênero de réptil.
Em dezembro de 2013, os professores Anthony J. Martin e Melissa Hage exploravam um corte de estrada na ilha de San Salvador, nas Bahamas, com 19 alunos de graduação em geologia da Emory University. O professor Martin percebeu uma estrutura esquisita na rocha, exposta aleatoriamente por uma escavadeira da estrada.
Nos seis anos seguintes, os dois professores passaram a estudar aquele vestígio fóssil (registro geológico de atividade biológica), com a ajuda de alunos da graduação e do Emory Center for Digital Scholarship.
A configuração geológica da toca de iguana das Bahamas indicou que ela poderia ter cerca de 115 mil anos, o que a localiza na época do Pleistoceno Superior, tempo em que o gelo cobriu a maior parte do planeta; e uma megafauna, com mamutes e preguiças gigantes, habitou a Terra.
Embora nenhuma parte do corpo ou ovos tenham sido descobertos, a estrutura corresponde à largura, profundidade e forma das tocas de nidificação de iguanas atuais. A evidência mais convincente encontrada pelos pesquisadores dentro da estrutura foi uma série de camadas de areia compactadas, procedimento feito pela mãe ao sair, para esconder ovos e filhotes dos predadores.
Eles também tiveram certeza de que a estrutura era uma duna interior, local escolhido pelas iguanas para fazer seus ninhos, depois que a professora Melissa encontrou, nas proximidades, um toca fossilizada de caranguejos terrestres, tocas de insetos e traços de raízes preservados no afloramento.
No entanto, não foram detectados vestígios de que os filhotes cavaram seu caminho para fora da toca até a superfície, através das camadas de areia, comportamento comum aos filhotes de iguana. Para os professores, isso pode ser um indício de ninho com falha, uma ocorrência muito provável quando a umidade do solo é muito alta.