Mistérios
05/01/2021 às 06:00•2 min de leitura
Um grupo de arqueólogos do projeto de Escavações e Pesquisas de Maquero no Mar Morto, na Jordânia, acredita ter encontrado o local da morte de João Batista – figura bíblica que teria falecido por volta de 29 d.C.
Sendo considerado como o pregador que predisse a chegada de Jesus Cristo, João Batista está presente nas histórias da bíblia e na obra do escritor Flávio Josefo, que viveu de 37 a 100 d.C.
Josefo afirma que o rei Herodes Antipas; filho de Herodes I, o Grande, teria executado Batista porque temia sua grande influência entre a população. Mas de acordo com a Bíblia, esta história seria mais elaborada e os motivos do soberano seriam mais lascivos e relacionados com uma dança.
O texto religioso diz que Antipas foi obrigado a se casar com uma mulher chamada Herodias, e pelos dois serem divorciados, João Batista se opôs ao matrimônio.
No dia da cerimônia, o soberano teria ficado encantado por uma dança realizada por Salomé, filha de sua nova esposa, e prometido à moça tudo que ela quisesse como recompensa.
Instigada pela mãe, a jovem teria pedido a cabeça do pregador, e mesmo relutante, Antipas acabou acatando o pedido, executando João Batista e entregando sua cabeça em uma bandeja para Salomé.
Segundo Gyozo Vörös, diretor do projeto de escavação, o pátio encontrado na colina Maquero teria sido o local no qual Salomé teria dançado para Herodes Antipas e o convencido a decapitar João Batista.
Aparentemente, a estrutura foi descoberta em 1980, mas só ano passado os estudiosos perceberam que o nicho presente no local poderia ser parte do trono do soberano, o que apoia as conclusões sobre a área ter sido a pista de dança da filha de Herodias.
Atualmente, a equipe está reconstruindo o pátio e já publicou diversas imagens mostrando como a estrutura era na época da morte do pregador.
Enquanto alguns profissionais do ramo realmente estão convencidos que o pátio na colina foi o local no qual a morte de Batista foi encomendada, outros continuam céticos.
Jodi Magness, professora de estudos religiosos da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, parabenizou a equipe do projeto pela descoberta, mas acredita não ser o trono de Antipas, pois o nicho é muito pequeno.
Já Eric Meyers, professor emérito de estudos judaicos na Universidade Duke, também nos Estados Unidos, afirma que é bem possível que a descoberta faça mesmo parte do antigo palácio do rei e está animado para ler as conclusões finais.
“Uma combinação perfeita entre as fontes literárias e arqueológicas que colocam a execução de João Batista naquele mesmo lugar ainda precisa ser comprovada. De qualquer modo, um caso forte foi feito e aguardo os relatórios finais”, explicou Meyers.