Ciência
07/01/2021 às 12:00•6 min de leitura
Kauai, a menor das quatro ilhas principais que compõem o arquipélago do Havaí, não somente é formada por paisagens exuberantes e santuários capazes de fazer qualquer um babar como também é conhecida por abrigar milhares de galinhas selvagens e esfomeadas que vagam livres e adaptadas a um estilo de vida complexo que pode ser problemático para pessoas e animais.
Durante os passeios em Kauai, é provável que os turistas passem mais tempo vendo galinhas e escutando seu canto do que apreciando os cartões-postais. As aves praticamente deixaram de ser bichos de criação para se tornar criaturas selvagens e se alimentam de praticamente tudo o que encontram pela frente, desde plantas e insetos até restos de comida e lixo, complicando a relação com os nativos. Essa situação é justificada por uma tragédia que assolou a ilha na segunda metade do século XX.
Em 1982 e 1992, os furacões Iwa e Iniki devastaram cinco ilhas, causando um considerável número de mortes e deixando um prejuízo na casa dos bilhões de dólares, sendo dois dos eventos naturais mais intensos já ocorridos no arquipélago. Entre os danos, a destruição de centenas de galinheiros fez incontáveis galinhas passaram a viver soltas.
A chamada Ilha Jardim é lar de galinhas selvagens há milhares de anos, quando os primeiros espécimes foram levados por navegadores polinésios, então logo os cruzamentos passaram a ocorrer entre os indivíduos agrestes e os de criação.
Inicialmente visto como um problema a ser combatido, especialmente após surgirem os primeiros relatos sobre a destruição de jardins e plantações, a presença dos grupos de galinhas ganhou uma reviravolta interessante pela administração de turismo em Kauai, transformando as aves em atrações internacionais que até hoje atraem visitantes de todo o mundo.
Sucesso nas redes sociais, é possível ver fotos e vídeos que mostram um pouco mais da harmonia entre humanos e aves e da experiência completa em conhecer um território que soube aproveitar muito bem as adversidades.