Estilo de vida
02/01/2021 às 03:00•4 min de leitura
Você já ouviu falar dos criptídeos? Caso nunca tenha ouvido esta palavra antes (assim como eu!), tenho certeza de que, pelo menos, você já soube de histórias sobre o Pé-grande, o Chupa-cabras e até do monstro do Lago Ness. E essas são algumas das criaturas enquadradas neste termo utilizado para se referir a mitos e aparições não comprovadas pelo ser humano.
Ainda que essas manifestações sejam, muitas vezes, duvidosas, elas fazem sucesso ao redor do mundo. Conheça 10 mitos da criptozoologia (ciência que estuda os criptídeos) que são facilmente explicáveis por animais que são reais.
Avistado por muitas pessoas no Loch Ness (ou lago Ness), localizado na Escócia, Reino Unido, diz-se que o monstro de nome homônimo possui um pescoço longo e vertical e com a cabeça desproporcional ao seu corpo.
Nessie, apelido carinhoso dado à criatura pelos britânicos, é um dos mitos mais famosos da Europa e sua popularidade é tamanha que há câmeras ligadas 24 horas para que turistas e curiosos possam acompanhar o local e, quem sabe, avistar este ser mítico.
Mas, de acordo com artigo publicado pela BBC, cientistas da Nova Zelândia analisaram amostras de DNA da água do lago e descartaram a existência de animais que pudessem ser confundidos com o monstro. No entanto, os pesquisadores encontraram grande quantidade de DNA de enguias gigantes, que são abundantes no local.
As sereias estão presentes no imaginário popular há muitos e muitos anos. Com o corpo metade peixe, metade humano, essa figura majestosa da mitologia atraía marinheiros e pescadores com seu canto para matá-los.
Relatos de suas aparições são muito comuns e elas já marcaram presença em filmes, series, desenhos, brinquedos e muitos outros. Mas a realidade é que muitas dessas manifestações são atribuídas a dois mamíferos marinhos: os peixes-bois e os dugongos. Estes animais de grande porte são da ordem Sirenia e suas semelhanças com as sereias se devem ao fato de possuírem caudas como elas.
Considerado uma das lendas urbanas mais famosas dos Estados Unidos, o Jersey Devil (ou Demônio de Jersey – em tradução livre) habita, supostamente, a floresta de Pine Barrens, ao sul de Nova Jersey.
A história conta que este ser é uma figura bípede representada com cascos e garras afiadas, possui asas, uma cauda e a cabeça assemelha-se a de uma cabra. Sua lenda teria se originado com os colonos ingleses e, até hoje, não há confirmação de sua aparição.
Por isso, acredita-se que a história do Jersey Devil tem como base uma ave conhecida como Sandhill crane (Grou-canadiano), um pássaro grande, com longas patas e corpo pesado, podendo ser encontrado nesta região dos EUA.
A maioria considera o Mothman como algo sobrenatural ou um alienígena, e não um criptídeo. Porém, supostamente, esta criatura teria sido avistada em duas cidades norte-americanas: Charleston e Point Pleasant, entre os anos de 1966 e 1967. Ela é retratada como uma mistura de um homem com uma mariposa e sua aparição estaria associada a um mau presságio.
Neste caso, algumas de suas manifestações foram reais, mas são fáceis de explicar. O Mothman seria a coruja-das-torres, animal que está presente ao redor do mundo, exceto na Antártica. São aves grandes, com olhos avantajados e brilhantes. Possuem hábitos noturnos e, geralmente, se fixam em lugares abandonados.
Mongolian death worm, ou o verme-da-Mongólia, é uma criatura vermelha gigante, cuja existência nunca foi comprovada. Esta lenda faz parte do folclore mongol e acredita-se que o animal habita o subsolo do Deserto de Gobi, na região sul do país. O verme cuspiria veneno ou criaria uma descarga elétrica poderosa, com o objetivo de matar a vítima instantaneamente.
Investigações foram feitas no local e descobriram que este ser na verdade é a cobra Eryx miliaris, uma grande serpente nativa da região.
Este criptídeo depende, exclusivamente, do que cada pessoa entende por “gigante”. Espécies de aranha como a Huntsman ou a aranha-golias-comedora-de-pássaros já são consideradas como as maiores do mundo, podendo chegar a 30 centímetros de comprimento.
No entanto, aranhas maiores foram supostamente avistadas, porém sem comprovação cientifica. Os aracnídeos não têm pulmões adequados e, por isso, seu tamanho está relacionado ao oxigênio no ar. Ainda que seus órgãos tivessem uma qualidade melhor, eles não aumentariam de tamanho.
O Kraken faz parte do folclore nórdico e a história conta que essas criaturas, muito semelhantes a polvos, ameaçavam e destruíam navios.
Seus contos eram baseados em animais reais: as lulas-colossais. Apesar de não haver relatos de que esses cefalópodes destruíram navios, isso poderia sim ser real, uma vez que estes animais podem chegar a 15 metros de comprimento e pesar cerca de 700 quilos.
No folclore, o Jackalope estaria presente na Califórnia, nos Estados Unidos, e seria retratado como um coelho com chifres. Um conceito simples, com uma explicação muito básica: existe uma doença chamada Shope papilloma vírus (papilomavírus Shope, em tradução livre) que acomete coelhos e lebres, fazendo com que estes animais desenvolvam tumores semelhantes a chifres em seus corpos, geralmente na cabeça.
Uma das lendas mais famosas do mundo é o chupa-cabras. Esta criatura foi avistada pela primeira vez em 1995, no leste de Porto Rico, por uma mulher que afirmou ter visto algo parecido a um alienígena na janela de sua casa.
O mito se espalhou rapidamente, e muitos fazendeiros relataram terem perdido suas cabras para esta figura. No entanto, a resposta para estas supostas aparições do chupa-cabras é simples: cachorros ou coiotes com sarna. Devido a escuridão, estes animais poderiam ser facilmente confundidos com “monstros”.
Supostamente, o Pé-grande seria um primata peludo, semelhante a um macaco, que viveria em regiões selvagens dos Estados Unidos e do Canadá. É o mais famoso criptídeo da cultura norte-americana, perdendo apenas para os OVNIs. Muitas expedições foram feitas para provar a existência deste ser, mas nada foi encontrado.
Assim como o chupa-cabras, a resposta para esse monstro está também na doença conhecida como sarna. Porém, neste caso, os animais seriam ursos, e não cachorros. A sarna, geralmente, altera a aparência e o comportamento dos animais, fazendo assim com que haja uma confusão com seres mitológicos.