Ciência
25/02/2021 às 03:00•2 min de leitura
Um grupo de voluntários reunidos por um projeto de preservação da vida marinha conseguiu desencalhar um grupo de baleias que apareceu em uma praia da Nova Zelândia. Elas estavam na região de Farewell Spit, que fica na ilha ao sul do país e costuma ter incidentes parecidos em épocas do ano de marés baixas.
O grupo de 50 baleias-piloto-de-aleta-longa foi encontrado nesta segunda-feira (22), na maioria formado por animais jovens e fêmeas.
Rapidamente, o grupo de resgate e proteção a mamíferos marinhos Project Jonah entrou em ação, junto com moradores da região e até turistas que passavam pelo local.
Eles passaram três dias cuidando dos animais e tentando levá-los ao mar novamente, enfrentando dificuldades por causa da baixa maré e a falta de equipamentos — o projeto é uma organização que vive de caridade e voluntários, sem recursos para lidar com tantos animais de uma só vez. O Departamento de Conservação da Nova Zelândia apenas podia auxiliar em processos operacionais.
A população cobriu as baleias com toalhas molhadas e jogou baldes de água nos animais para mantê-los em uma temperatura confortável, além de virá-las na areia para reduzir a pressão nas barbatanas. Outro desafio, além da alta quantidade de baleias, era aproximá-las: os encalhes aconteceram em pontos diferentes da praia.
Ao todo, 200 pessoas participaram da ação, que levou três dias. Na quarta-feira (24), a maré finalmente atingiu um nível suficiente para que elas pudessem nadar novamente.
Os voluntários fizeram um cordão humano para evitar que elas se dispersassem ou voltassem para o raso, deixando inicialmente que elas se reabituassem com a água e socializassem com os demais integrantes do baleal.
No final do processo, somente 28 baleias sobreviveram e foram devolvidas ao oceano, sendo que a maior parte das mortes ocorreu antes que os voluntários iniciassem as operações.
O Project Jonah ainda compartilhou um vídeo que comprova o sucesso da ação: o reencontro de duas baleias que estavam encalhadas e voltaram a se comunicar após o retorno para a água.
Entretanto, a missão ainda não acabou: como elas ainda estão nadando próximas da costa, os voluntários seguem atentos para evitar que elas voltem para a faixa de areia.