Estilo de vida
03/03/2021 às 03:00•2 min de leitura
Os psicopatas são pessoas com dificuldade de sentir empatia e remorso. Tentando entender melhor esse comportamento, pesquisadores da Universidade Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, realizaram um estudo que apontou redução na atividade cerebral desses indivíduos quando eles tentam se colocar no lugar de alguém.
Publicada recentemente na revista NeuroImage, a pesquisa foi realizada com 94 detentos (homens adultos). Eles passaram por um teste de inteligência, avaliação de psicopatia e participaram de uma verificação na qual precisavam se colocar no lugar de outras pessoas, enquanto tinham a atividade cerebral monitorada via ressonância magnética.
Durante o experimento, os presos observavam imagens de duas pessoas interagindo em situações específicas, mas o rosto de uma delas não aparecia. Eles precisavam escolher uma expressão facial, em meio às opções, apontando qual acreditavam ser a mais adequada para aquele caso.
(Fonte: Pixabay)
Conforme os autores do estudo, os piores resultados na avaliação com as imagens foram dos detentos com os níveis mais altos de psicopatia, o que sugere uma dificuldade dessas pessoas de se colocar no lugar do outro e identificar sentimentos como medo, felicidade e tristeza.
Na comparação dos resultados com as imagens por ressonância magnética funcional (fMRI), os mesmos participantes que tiveram dificuldade de identificar as emoções apresentaram atividade cerebral reduzida ao se colocar no lugar de alguém com medo. Curiosamente, esse déficit não foi notado quando eles relacionaram as expressões faciais à tristeza e à felicidade.
Ainda não foi possível identificar a razão dos resultados divergentes em relação aos tipos de sentimento. Mas os cientistas acreditam que eles mostram como os psicopatas se esforçam para entender a perspectiva dos outros, mesmo não conseguindo, principalmente em relação a um sujeito amedrontado.
Os psicopatas da vida real podem não ser como o dos filmes. (Fonte: IMDb/Reprodução)
No estudo, a psicopatia é tratada como um distúrbio de personalidade que se caracteriza pela ausência de empatia, senso de superioridade, comportamento antissocial e estilo de vida impulsivo. Estimativas apontam um quarto dos detentos adultos nos EUA com o transtorno.
Vale ressaltar que os psicopatas nem sempre são os assassinos e os vilões retratados em filmes e seriados. Algumas das características desse distúrbio estão presentes em grandes líderes corporativos, por exemplo, como aponta o IFLScience.