Nariz de mulher afunda após doença autoimune rara

09/04/2021 às 10:002 min de leitura

Um caso extremamente raro de uma doença autoimune chamou atenção da comunidade científica nos últimos meses. Conforme o artigo publicado na The New England Journal of Medicine, uma mulher de 34 anos precisou passar por cirurgia plástica após sofrer um colapso da ponte nasal, fazendo com que a ponta do nariz se retraísse.

O estudo mostra que a paciente apresentou uma variedade de sintomas, incluindo inflamação persistente na cavidade nasal e no revestimento das maçãs do rosto, uma condição chamada "rinossinusite crônica". Além disso, os exames mostravam o vazamento de um muco sangrento que havia secado e gerado uma crosta no interior das passagens de ar nasais.

Identificando o problema

(Fonte: The New England Journal of Medicine)(Fonte: The New England Journal of Medicine)

Após uma série de avaliações físicas, a equipe médica concluiu que a paciente chegou muito perto de ter uma perda completa dos ossos do nariz, localizados nas extremidades da ponte nasal, e uma severa degradação da cartilagem do septo. Por meio de uma tomografia computadorizada, também foi possível notar um grande buraco que começou a se formar na região.

Para investigar a causa da crescente inflamação, os médicos fizeram um teste para identificar anticorpos circulando no sangue da mulher. Os experimentos revelaram altos níveis de anticorpos que têm como alvo a proteinase 3 (PR3), uma proteína encontrada em alguns glóbulos brancos.

Os anticorpos que atacam a PR3 são considerados autoanticorpos, o que significa que eles também têm como alvo células humanas saudáveis. Esse processo pode desencadear inflamação nos vasos sanguíneos e causar danos a órgãos, como rins, pulmões e trato respiratório.

Doença e tratamento

(Fonte: Pixabay)(Fonte: Pixabay)

Após algumas consultas, a mulher foi diagnosticada com um quadro de granulomatose com poliangeíte (GPA). Apesar de a influência dos anticorpos no surgimento de casos de GPA não serem completamente compreendidos, cientistas acreditam que eles podem se prender aos glóbulos brancos que carregam PR3 e, de alguma forma, causar o mau funcionamento e danificar os tecidos saudáveis.

Os pesquisadores também não sabem ao certo a quantidade de pessoas que sofrem com GPA todos os anos, mas essa é considerada uma doença autoimune bastante rara e os sintomas variam de pessoa para pessoa. No caso da paciente estudada, o tratamento foi feito a base de medicamentos imunossupressores e corticoides.

Seis meses após o caso, a secreção nasal com sangue e a formação de crostas no nariz já haviam sido resolvidas. Entretanto, a deformação na face não foi corrigida e o último relatório não informou se ela será submetida a uma cirurgia para o nariz afundado.

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