Fezes mostram que fêmeas de babuínos estressadas vivem menos

30/04/2021 às 09:002 min de leitura

Um novo estudo usando fezes de babuínos no Parque Nacional de Amboseli, no Quênia, demonstrou que fêmeas vivenciando maior grau de estresse costumam viver menos que o restante da espécie. Por mais de 20 anos, os pesquisadores analisaram mais de 242 fêmeas de babuínos para entender a relação entre as respostas ao estresse e sobrevivência.

Durante o experimento, os estudiosos notaram que algumas fêmeas apresentavam concentrações maiores do hormônio glicocorticoide em seus excrementos. Apesar de ser um grupo de hormônios que ajudam a preparar o corpo para um desafio, altos níveis de glicocorticoides estão diretamente associados ao surgimento de estresse.

Relação entre estresse e morte precoce

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Na visão dos cientistas, as fêmeas com maiores concentrações de glicocorticoides nas fezes tendem a morrer mais jovens seja devido à exposição mais frequente a diferentes tipos de desafios ou pelas constantes respostas de estresse mais intensas. Segundo os dados apresentados pela pesquisa, 

com maiores índices do hormônio viviam até 5,4 anos a menos que aqueles do outro lado do espectro.

Como as fêmeas de babuínos possuem uma expectativa de vida de até 19 anos, a perda causada pelo estresse poderia resultar em um decréscimo de 25% tempo de vida. Além disso, esse período a mais também seria suficiente para criar um ou dois filhotes e expandir a espécie.

"Seja devido ao seu ambiente, seus genes ou algo que não estamos medindo, ter mais glicocorticoides encurta sua vida", garantiu o líder do estudo e pesquisador da Universidade de Texans, Fernando Campos. 

Diferenças nos índices hormonais

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Conforme as medições realizadas pelos pesquisadores, existe uma enorme variedade nos índices de glicocorticoides entre as fêmeas de babuínos. Isso ocorre porque o hormônio pode ser gerado por uma enorme gama de fatores, o que acaba variando dependendo da vivência de um espécime.

Os níveis de glicocorticoides podem variar devido a fatores ambientais, como crescer em ambientes muito quentes e secos, fatores sociais, como viver em um grupo muito pequeno ou grande, ou até mesmo por diferenças individuais, como engravidar com mais frequência.

Esses hormônios trabalham para regular nossa imunidade, ajudar nosso corpo a acessar a energia de açúcares e gorduras e também a modular reações metabólicas para preparar o corpo para um desafio. Entretanto, o acumulo de estresse pode fazer com que todos esses processos de manutenção sejam encerrados e atrapalhar o funcionamento do organismo dos primatas.

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