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Menor dinossauro do mundo é na verdade um lagarto, diz novo estudo

17/06/2021 às 10:392 min de leitura

Em março do ano passado, pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências, em Pequim, anunciaram a descoberta de um fóssil em Mianmar, do que seria o menor dinossauro do mundo. Mantido em âmbar por 99 milhões de anos, a cabeça do animal era parecida com a de um beija-flor. 

Porém, uma nova pesquisa publicada na segunda-feira (14), na revista Current Biology, constatou que, na verdade, o chamado Oculudentavis khaungraae é um lagarto bizarro, com colocação filogenética ainda incerta em sua espécie. As conclusões foram obtidas por uma outra equipe de cientistas, após analisar um segundo fóssil em âmbar do mesmo gênero que o primeiro.

Tomografias computadorizadas do Oculudentavis naga fossilizado mostram escamas, pele e tecidos moles do espécime. (Fonte: Stephanie Abramowicz/Peretti Museum Foundation/Reprodução)Tomografias computadorizadas do Oculudentavis naga fossilizado mostram escamas, pele e tecidos moles do espécime. (Fonte: Stephanie Abramowicz/Peretti Museum Foundation/Reprodução)

Chamado de Oculudentavis nava, esse novo espécime inclui algumas partes da metade inferior do corpo, que revelam claramente os membros do animal. Segundo o principal autor do novo artigo, Arnau Bolet, do Institut Català de Paleontologia Miquel Crusafont, de Barcelona, esse Oculudentavis é claramente um lagarto, “embora altamente incomum”.

A interpretação do animal presente no âmbar como um lagarto, em vez de pássaro, foi feita através de uma metanálise, que discutiu a sua posição filogenética (evolutiva), utilizando uma revisão específica de características diagnósticas de clades de diápsidos, ou seja, de ancestrais comuns de répteis terrestres. 

Metodologia da pesquisa sobre os Oculudentavis

Comparação dos dois espécimes de Oculudentavis, cada osso segmentado digitalmente. (Fonte: Bolet et al./Divulgação)Comparação dos dois espécimes de Oculudentavis, cada osso segmentado digitalmente. (Fonte: Bolet et al./Divulgação)

Para testar efetivamente a posição do Oculudentavis em uma análise filogenética, foram utilizadas tomografias computadorizadas para examinar as duas amostras. Para consolidar a hipótese de lagarto, foram localizados, além de escamas, dentes presos diretamente à mandíbula (os dentes de dinossauros eram de encaixe) e ossos do crânio compatíveis com os Escamados, ordem pertencente à classe dos répteis. 

Mesmo assim, ambas as criaturas diferiam essencialmente de todos os tipos de lagartos conhecidos, devido a uma combinação inusitada de características, como crânios arredondados e focinhos longos e afilados. Para os pesquisadores, embora sejam lagartos, as amostras representam um grupo até então desconhecido.

Seja como for, os resultados reafirmam a importância do depósito de âmbar de Mianmar, como uma fonte atípica de um ecossistema florestal praticamente inédito no registro fóssil.

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