Mistérios
31/07/2021 às 09:00•3 min de leitura
As Cataratas do Niágara ou Niagara Falls são famosas por sua beleza e fonte importante de geração de energia elétrica. Localizadas no rio Niágara, as cataratas são cachoeiras que ficam entre os lagos Erie e Ontário, na fronteira do estado de Nova Iorque e da província canadense de Ontário.
Os três grupos são compostos pelas Cataratas Canadenses, Cataratas Americanas e as Cataratas Bridal Veil (ou Véu da Noiva). Embora não sejam muito altas, a Bridal Veil tem 155 metros em seu ponto mais alto, as cataratas são largas e possuem um alto volume de água. Na cheia, todos os cursos de água somam um volume médio de 4,5 milhões de litros por segundo. Mas com tanta água disponível, será que elas já secaram?
Em toda a história, há dois eventos registrados de quando as cataratas ficaram sem água. A primeira vez ocorreu de forma natural no dia 28 de março de 1848. O gelo que se formou no lago Erie, localizado no Canadá, foi carregado por fortes ventos e se acomodaram na foz do rio Niágara. Com o resfriamento, os fragmentos se tornaram uma represa sólida entre Buffalo e Fort Erie. As toneladas de gelo frearam o fluxo de água, fazendo com que o leito do rio secasse.
As pessoas retiraram artefatos do leito do rio durante o período que o gelo interrompeu o fluxo da água. (Fonte: Niagara Falls/Reprodução)
A situação foi percebida quando trabalhadores do moinho nas proximidades notaram que as rodas-d'água pararam de funcionar. Ao chegar no local, ficaram incrédulos e chegaram a acreditar que seria o anúncio do fim dos tempos. Armas e mosquetes que possivelmente foram utilizados na Batalha de Chippawa em 1814 ficaram expostos. Quando o vento mudou o curso, o gelo começou a quebrar e o fluxo da água retornou. O evento durou menos de 30 horas.
Mais de um século depois, em 1969, as Cataratas secaram, mas dessa vez de propósito. Entre 25 de junho de 1969 e 25 de novembro de 1969, uma barragem foi construída nas cataratas americanas para que geólogos pudessem estudar as formações rochosas da área. Foram necessárias 27.800 toneladas de rocha e solo para desviar a água.
Durante o trabalho, uma passarela foi construída para possibilitar que turistas pudessem ver a paisagem seca. Quando o estudo terminou, a barragem foi derrubada e, em apenas um dia, todo o fluxo estava restabelecido.
Se você acha que perdeu as chances de presenciar esse evento, saiba que ele deve ocorrer novamente. O estado de Nova Iorque precisa secar as cataratas da sua região para consertar duas pontes para pedestres que já existem há 115 anos.
O fluxo desviado corresponderá a 15% da água que passa nas cataratas, portanto, apenas uma parte ficará seca. A data ainda não foi confirmada, pois a obra terá um custo de US$ 26 milhões.
As Cataratas do Iguaçu são compostas de 275 quedas de água no rio Iguaçu, no Paraná, e em Misiones, na Argentina. A área total dos dois parques nacionais corresponde a 250 mil hectares e as cataratas são consideradas Patrimônio Natural da Humanidade.
Falando em cataratas e seca, as Cataratas do Iguaçu vêm passando por uma baixa na vazão desde 2020. Devido a uma forte estiagem na região, nos dias 9 e 10 de junho de 2021, a vazão chegou a 308 mil litros de água por segundo. Esse número corresponde a um quinto da vazão normal, que é de 1,5 milhão por segundo. Em períodos de chuva, como ocorreu em 2013, a vazão chegou a 17 milhões de litros por segundo.
A falta de chuva compromete a cena mais importante do cartão-postal do turismo no Paraná, além de impactar as vendas e turismo local. (Fonte: Kiko Sierich/Sanepar)
O leito do rio Iguaçu conta com seis usinas hidrelétricas, nascendo na região de Curitiba, atravessando o estado e desaguando em Foz do Iguaçu, nas cataratas. Assim, as chuvas da capital refletem no aumento da vazão do rio.
Pela falta de chuva desde janeiro de 2021, a região onde as cataratas estão localizadas está em emergência hídrica. Curitiba está em rodízio de abastecimento com bairros alternando 60 horas com oferta de água e 36 horas sem abastecimento.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), entre janeiro e junho de 2021, deveria ter chovido 1035,9 milímetros em Foz do Iguaçu, mas a realidade foi de 718 milímetros. Assim, para que as cataratas voltem com sua vazão máxima é preciso que o nível de chuva se restabeleça.