Artes/cultura
24/11/2021 às 11:00•2 min de leitura
Você já parou para pensar na possibilidade de já ter existido vida inteligente antes de nossa civilização?
Esse questionamento surgiu na cabeça do climatologista Gavin Schmidt, atual diretor do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da NASA, quando ficou fascinado pelo estudo do Máximo Térmico do Paleoceno-Eoceno (PETM), uma brusca mudança do clima que marcou o fim do Paleoceno e começo do Eoceno, há 55,8 milhões de anos. O que mais o intrigou foi sua semelhança com a nossa época: os níveis de carbono dispararam, bem como as temperaturas, e os ecossistemas decaíram.
Schmidt e mais um grupo de especialistas tentou adivinhar quais processos naturais poderiam ter desencadeado um aquecimento global tão severo naquela época.
(Fonte: National Geographic/Reprodução)
O climatologista sugeriu para os demais colegas de estudo a possibilidade de uma raça ancestral e intelectualmente avançada vivendo sobre a Terra, partindo do princípio de que a mudança climática moderna, fruto da indústria humana, e o PETM eram tão parecidos. “Não seria engraçado se fossem a mesma causa?”, ponderou ele.
No entanto, em meados da década de 1990, ninguém levou a sério a sua especulação. Isso só foi acontecer em 2017, quando Schmidt recebeu a visita de Adam Frank (1962-), astrofísico da Universidade de Rochester, buscando descobrir se civilizações em outros planetas poderiam alterar o clima como nós.
Para a surpresa de Frank, o climatologista indagou: “O que te dá tanta certeza de que somos a primeira civilização neste planeta?”
(Fonte: 9GAG/Reprodução)
Geologicamente, é dito que todas as criações humanas desaparecem com o tempo, erodidas até se transformarem em poeira. Então, a Terra não demoraria muito para apagar a “fachada” que a civilização humana construiu em sua superfície, e que o registro fóssil de uma espécie de vida curta como nós, até então, pode nunca aparecer — isso falando em milhões de anos após nossa extinção.
Com a rapidez que o mundo vai se tornando inabitável, alguns pesquisadores pensam que a vida média de civilizações avançadas pode ser de apenas alguns séculos. Se isso for verdade, as últimas centenas de milhões de anos poderiam ocultar qualquer período da passagem do homem pela Terra, até mesmo a Era Industrial.
(Fonte: Monitron/Reprodução)
Esse conceito todo foi chamado por eles de Hipótese Siluriana, a primeira resposta acadêmica à possibilidade de uma civilização pré-humana na Terra, em homenagem a um episódio da famosa série Doctor Who.
Schmidt e Frank, porém, não acreditam plenamente na própria hipótese, exatamente pela falta de evidência. Contudo, ambos acham válido o questionamento. Frank, por exemplo, não acredita que uma espécie tecnológica possa se tornar indetectável.
Com seu estudo, eles esperam que os geólogos e astrobiólogos pesquisem mais para aprimorar seus métodos de detecção. Para identificar uma civilização perdida, os cientistas devem procurar por uma ampla gama de sinais de uma vez, desde flutuações de carbono a produtos químicos sintéticos. E também precisam identificar a ascensão e queda deles para distinguir causas naturais e industriais.
No final das contas, Frank e Schmidt vêm o próprio trabalho como um apelo à ação e humildade de que não fomos ou somos os únicos aqui.