Casar com primos não é tão arriscado assim, diz estudo

09/04/2022 às 09:002 min de leitura

Embora seja um grande tabu para várias sociedades contemporâneas, casar-se com primos de primeiro grau é algo aceito em diversas culturas ao redor do mundo. Entretanto, é comum escutarmos por aí que a relação sexual com primos possui riscos elevados de gerar crianças com doenças genéticas ou defeitos congênitos.

Mas o quanto isso é verdade? De acordo com os cientistas, os problemas não são tão graves assim. Qualquer casal, seja ele relacionado ou não, também corre o risco de ter um filho com condições genéticas ou problemas de saúde. Essa taxa de risco pode até ser maior entre primos, mas tudo indica que nada é tão grande quanto a maioria das pessoas pensa. Entenda!

Propensão a problemas de saúde

(Fonte: Shutterstock)(Fonte: Shutterstock)

De acordo com o estudo conduzido pelo Dr. Arno Motulsky, professor emérito na Universidade de Washington, no início dos anos 2000, o risco de uma criança nascer com um problema sério como espinha bífida ou fibrose cística é de 3% a 4% na população em geral. Em comparação, as taxas sobem em 1,7% a 2,8% quando a criança é fruto da relação de primos de primeiro grau.

Por mais que esses números representem um aumento de basicamente 50% nas taxas de risco do surgimento de algum problema de saúde, muitos especialistas acreditam que isso não é o suficiente para desencorajar a maioria dos casais. Nesse sentido, existiria uma probabilidade de 7% de alguma doença surgir e simplesmente nada aconteceria em 93% dos casos. 

Geneticamente falando, dobrar os riscos do surgimento de uma doença congênita não parece algo muito aconselhável. Entretanto, esse pode ser o risco que alguns casais desejam correr. Em termos gerais, pessoas que nasceram com problemas congênitos possuem riscos muito mais altos de gerar um filho com algo do mesmo tipo.

Exemplos históricos

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Segundo um estudo de 2018 publicado na revista Science, casar-se com primos era algo bem comum entre 1650 e 1850. Naquela época, as pessoas eram, em média, primos de quarto grau de seu cônjuge, de acordo com os dados coletados por Yaniv Erlich, cientista de dados da Universidade de Columbia.

Em 1950, no entanto, os números mudaram e os casais eram mais comumente primos de sétimo grau. Porém, isso não significa que casamentos entre primos de primeiro grau não existissem mais, gênios científicos como Albert Einstein e Charles Darwin também se casaram com suas primas.

Primos de primeiro grau compartilham 12,5% de seu DNA e, portanto, compartilham uma porção bastante substancial de genes de aparência semelhante. Esse é o fator que mais gera preocupação em pesquisadores. Porém, em métodos de comparação, isso ainda é relativamente menos preocupante que a relação entre irmãos — que dividem 50% dos genes. 

Em última análise, casar com seu primo em primeiro grau traz algum risco. Mas as chances de descendentes saudáveis aumentam drasticamente a cada nova distância de relação. Primos de segundo grau compartilham 6,25% de seus genes e primos de terceiro grau compartilham um pouco mais de 3%. Logo, esse tipo de relação não é tão intimidante quando acreditávamos.

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