Ciência
13/09/2022 às 10:17•2 min de leitura
Você sabia que se um raio atingir a areia da praia ele pode gerar uma “escultura” de vidro? O fenômeno acontece quando descargas elétricas caem em regiões arenosas compostas por alto grau de sílica ou quartzo, formando um mineraloide conhecido como fulgurita, que normalmente ganha aparência de galho – ou de um raio – vitrificado.
Um raio pode gerar no solo um calor muito forte, algumas vezes mais quente que a superfície do Sol. Tal fato é essencial para que a fulgurita possa se formar, já que a alta temperatura é um dos fatores primordiais para que esse fenômeno relativamente raro possa ocorrer.
A presença de dióxido de silício na areia é essencial para a formação da fulgurita. (Fonte: Shutterstock/ Reprodução)
O fato é que a areia da praia pode ser composta por vários minerais, entre eles o quartzo, que contêm dióxido de silício (ou sílica). O dióxido de silício possui átomos de oxigênio e de silício que, expostos à alta temperatura, perdem seu alinhamento e se descompactam, virando assim um líquido. Caso o resfriamento do elemento seja muito rápido, os átomos podem não retornar à organização original e acabar se transformando em vidro.
O fenômeno que pode acontecer na praia é justamente esse, porém todas as condições específicas para sua formação precisam estar presentes.
Primeiro, a areia precisa ter alta concentração de sílica, pois esse elemento é suscetível à vitrificação. Depois, o raio que cair no local precisa gerar mais de 1.800 graus Celsius, fundindo, dessa maneira, a areia em vidro de sílica. Esse vidro que surge recebe o nome de fulgurita e geralmente é oco, pequeno e quebra facilmente. Por isso, para tentar retirá-lo da areia é preciso ter bastante cuidado.
Como é possível ver em um vídeo que circula nas redes sociais, o usuário mostra na areia o que seria uma fulgurita, que parece até um galho enterrado na areia. Não dá para saber apenas através da imagem, se realmente se trata de uma fulgurita, pois o fenômeno é raro e, como vimos, depende de alguns fatores em conjunto.
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Contudo, o criador do conteúdo diz que o fenômeno aconteceu nos Lençóis Maranhenses, um local no qual a areia é predominantemente formada por quartzo, aumentando a chance de tal fenômeno ocorrer.