Larvas de mosquito usam suas cabeças como arpões para capturar presas

31/10/2022 às 12:302 min de leitura

Quando pensamos em caçadores e predadores da natureza, nossa mente é tomada por diversos animais, muitos deles horrendos e extremamente perigosos. No entanto, o reino animal sempre encontra uma forma de nos surpreender e, nesse sentido, algumas larvas de mosquito são um excelente exemplo.

Recentemente, uma equipe de pesquisadores conseguiu imagens de última geração mostrando como os bebês larvas usam técnicas altamente sofisticadas para capturar e devorar outros insetos.

De cair o queixo

Reprodução(Fonte: Annals of the Entomological Society of America/Reprodução)

Bob Hancock, biólogo atuante na Universidade Estadual Metropolitana de Denver, disse que ficou de “queijo caído” quando viu as imagens. Conforme o especialista, essas larvas que usam suas cabeças como arpões, é uma espécie que caça por meio de emboscadas. Ou seja, se uma larva de outro mosquito se aproxima perto dela, a cabeça-arpão põe fim à vida do inseto.

Hancock é o principal autor de um estudo que visa examinar as técnicas de caça de determinadas espécies de larvas. Neste caso, o pesquisador e seus colegas foram surpreendidos pela captura documentada pela primeira vez. Os detalhes sobre esta descoberta foram publicadas nos Annals of the Entomological Society of America.

As filmagens

(Fonte: Annals of the Entomological Society of America/ Reprodução)(Fonte: Annals of the Entomological Society of America/ Reprodução)

O estudo envolveu as larvas de dois tipos de mosquitos que usam suas cabeças como arpões. Essas larvas alongam ao extremo seus pescoços para impulsionar a cabeça o mais adiante possível. 

Outra terceira espécie de larvas, chamada Sabethes cyaneus também fez parte da pesquisa. Contudo, esta última gira o rabo com o intuito de guiar suas presas até a boca. O mais interessante dessas técnicas predatórias, é que todas essas espécies realizam eficientemente seus ataques em apenas 15 milissegundos.

Para conseguir fazer a melhor captura das imagens dos minúsculos assassinos caçando, os cientistas montaram uma câmara adaptada capaz de fazer mais de 4 mil capturas de quadro por segundo. Além disso, Hancock explicou em um comunicado dirigido à imprensa que eles não puderam usar luzes muito brilhantes  para evitar que o brilho e o calor matasse as larvas.

As duas espécies que lançam suas cabeças como se fossem um arpão são a Toxorhynchites amboinensis e a Psorophora ciliata. O biólogo responsável por esse estudo e pelos registros incríveis, destacou que nunca algo nesse sentido foi observado.

(Fonte: Screenshots, via MSU Denver/ Reprodução)(Fonte: Screenshots, via MSU Denver/ Reprodução)

Os mosquitos pertencentes ao gênero Toxorhynchites, embora tenham um início de vida e uma juventude carnívora, acabam perdendo o gosto pelo sangue à medida que se desenvolvem. A partir da fase adulta, se tornam incansáveis comedores de seiva e néctar.

Já faz um tempo que os cientistas começaram a considerar os mosquitos como ferramentas importantes para a redução na transmissão de doenças, pois muitos comem as larvas de outras espécies e não picam humanos.

Contudo, qualquer possível aplicação prática nessa linha ainda necessita de muita pesquisa. Em 2020, por exemplo, uma revisão sobre mosquitos publicada no periódico especializado Insects, destacou que o uso desses insetos  para o bem da sociedade foi prejudicado pela falta de pesquisas consistentes, compreensíveis e detalhadas. 

Ainda assim, algumas iniciativas interessantes têm surgido nos últimos anos. Uma delas foi aplicada no Brasil com o uso de mosquitos inférteis para ajudar no combate a dengue

Veja o vídeo sobre como tudo acontece:

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