Artes/cultura
12/11/2022 às 05:00•2 min de leitura
No ano de 1945, um fazendeiro chocou os Estados Unidos ao montar um espetáculo para rodar o país apresentando seu frango sem cabeça. Mike, como foi batizado por Lloyd Olsen e sua esposa, Clara, vivia na fazenda na cidade de Fruita, no Colorado, e conseguiu sobreviver ao longo de 18 meses descabeçado.
Apesar do fim trágico um ano e meio depois, a história do pequeno frango virou lendária, permeando a vida dos descendentes do fazendeiro. Mike e Lloyd ganharam as manchetes das principais revistas do país, com direito a um ensaio na principal publicação de fotojornalismo do século XX, da revista LIFE. Saiba mais a respeito!
(Fonte: Bob Landry/Time & Life Pictures/Getty Images)
Mike foi (mal) decapitado durante a preparação de frangos da granja da família Olsen para consumo e revenda. Segundo conta a história, passada de pai para filho, era manhã no dia 10 de setembro de 1945, quando o casal Lloyd e Clara estavam em sua fazenda, na pequena cidade de Fruita, no Colorado, matando frangos.
Conforme os relatos, um dos frangos, após perder a cabeça, permaneceu vivo andando de um lado para o outro. Assustado, o casal pegou o animal e o manteve dentro de uma caixa com maçãs, imaginando que poderia se tratar de um resquício de vida ou coisa do gênero. Na manhã seguinte, Lloyd viu que o frango seguia vivo.
Ainda que intrigado, o fazendeiro colocou Mike na carroça e rodou as cidades vizinhas, em busca de um trocado – ou até mesmo uma cerveja. Ele dizia ser dono de um frango vivo e sem cabeça, e as pessoas pagavam para ver de perto.
Afeiçoado ao animal, deu-lhe o nome de Mike e desenvolveu uma dieta à base de leite e água, que ministrava utilizando um conta-gotas, além de pequenos grãos de milho.
(Fonte: Bob Landry/Time & Life Pictures/Getty Images)
Especialistas que tiveram contato com o animal apontaram que Olsen não havia decapitado por completo a ave, o que permitiu que ela seguisse viva, ainda que, inicialmente, sem conseguir manter-se em pé.
O machado utilizado para retirar a cabeça dos frangos e galinhas da fazenda cortou a maior parte do crânio da ave, mas manteve intacta uma orelha, a veia jugular e a base do cérebro, responsável pela função motora. Com o tempo, os relatos sobre Mike se espalharam pela região, tornando a família Olsen famosa.
Foi assim que Hope Wade, um conhecido produtor de espetáculos, tomou conhecimento do frango descabeçado. Imaginando que ali poderia existir uma boa fonte de renda, sugeriu a Lloyd que criassem um espetáculo para exibir Mike. Como a fazenda era pequena e a família, por vezes, passava necessidades, os Olsen toparam a ideia.
(Fonte: Bob Landry/Time & Life Pictures/Getty Images)
Ao longo do próximo ano, os Olsen montaram um espetáculo muito conhecido. Lloyd, Clara e Mike viajaram por vários estados e cidades dos Estados Unidos, especialmente na Califórnia e Arizona. Quando precisaram retornar à fazenda, deixaram o frango sob os cuidados do empresário Hope Wade, que circulou pelo sudeste dos Estados Unidos com Mike.
Porém, na primavera de 1947, Mike não resistiu e acabou morrendo. Ao que tudo indica, ele se engasgou com o líquido que lhe ofereciam como alimentação. Como estavam em viagem, a família havia esquecido a seringa que utilizavam para desobstruir o muco de sua garganta e o frango acabou morrendo sufocado.
A família mantém até hoje um diário em que Clara descrevia as aventuras com o frango sem cabeça. Mas, além dos registros, o legado de Mike é mantido vivo pelo Mike The Headless Chicken Festival, um evento celebrado desde 1999 em Fruita, Colorado, com diversas atividades envolvendo frangos, ovos e galinhas.