Artes/cultura
17/12/2022 às 13:00•2 min de leitura
Você já parou para pensar como a infraestrutura das telecomunicações no mundo está projetada? Em meio aos avanços tecnológicos, o meio subaquático foi escolhido para abrigar uma ampla rede.
Mais de 90% da internet passa por meio dos cabos submarinos, sendo um meio essencial que permite a comunicação e também torna viável a existência de um sistema financeiro robusto, onde transações ocorrem a todo momento.
Hoje, os cabos mais modernos utilizam a fibra óptica para a transmissão de dados em velocidades cada vez menores. Sua importância pode ser comparada a dos dutos que permitem o transporte de combustível a outras localidades, pois sem sua existência, não haveria sinal de operadora.
Já imaginou como seria um mundo sem internet? (Fonte: Pixabay/Reprodução)
Há 530 cabos submarinos em operação em 2022, segundo a Telegeography e estima-se que exista cerca de 1,3 milhão de quilômetros de cabos, sendo uma distância três vezes superior à existente entre a Terra e a Lua. No Brasil, eles estão presentes em toda a costa leste do país.
Lançados por navios específicos, a forma como eles ficam dispostos na água, entretanto, pode variar. No litoral, eles passam pela praia graças às técnicas de perfuração do solo, que reduzem os impactos provenientes dessa tecnologia.
(Fonte: Pixabay/Reprodução)
Em locais em que as águas são mais rasas ou há maior atividade pesqueira, por sua vez, os cabos são enterrados na superfície. Já onde isso é impossível, eles são blindados, de forma que sua estrutura fique protegida, impedindo que eles se movam.
No oceano, eles estão dispostos sem esses procedimentos, mas têm um lugar reservado. Dessa forma, os continentes ficam interligados e com a distância estreitada.
Além disso, a posição desses cabos é demarcada em mapas, visando evitar que navios lancem âncoras e danifiquem a estrutura de alguma forma. Mas mesmo com esses cuidados, ainda ocorrem alguns incidentes.
Mapa mostra a disposição dos cabos. (Fonte: OpenStreetMap/Reprodução)
Projetados para durar por décadas, os cabos submarinos podem ser alvos de tubarões. Sem um motivo definido para isso, há dúvida se as mordidas seriam fruto de curiosidade ou se os animais foram atraídos pela energia eletromagnética presente, motivando por parte das companhias a implementação de camadas extras de proteção.
Apesar de os cabos serem considerados como uma solução de baixo impacto ambiental, há alguns outros problemas envolvendo a fragilidade e os problemas de segurança que qualquer tipo de ataque à rede poderia gerar, ainda que acidental.
Um dos casos mais famosos ocorreu no canal do Reino Unido, onde um navio que arrastava sua âncora acabou cortando cabos submarinos, afetando a conexão da área, em 2016. Mas esse não foi o primeiro e nem único caso.
A transmissão de dados por satélite é menos eficiente do que por meio de cabos. (Fonte: Pexels/Reprodução)
Em 2006, ladrões roubaram parte dos cabos, tornando o Vietnã incomunicável por três semanas. Em 2008, dois cabos na região do mediterrâneo foram rompidos, afetando a região da Índia e Oriente Médio. Já entre os casos claramente motivados, a própria Rússia, em 2014, também cortou os cabos ucranianos.
Ou seja, o risco de guerras e incidentes de maior magnitude, como terremotos, afetarem toda essa rede existe, principalmente levando em consideração a concentração geográfica desses cabos, tornando determinadas regiões especialmente vulneráveis.
O cenário acaba chamando a atenção para a necessidade de desenvolver um modelo mais seguro, pois além dos danos provenientes desse tipo de ocorrência serem substanciais, o tempo que se leva para reparar esses cabos também pode ser longo, levando semanas. Mas por ora, ainda não há previsão de mudança no horizonte.