Espécie de besouro fareja fungos para infestar árvores

12/03/2023 às 06:002 min de leitura

Com temperaturas anormalmente altas e secas durante o verão, as florestas de coníferas em toda a Europa estão sob constante ameaça de uma criatura muito pequena, mas com impacto ecológico gigantesco: o Ips typographus, também conhecido popularmente como besouro-da-casca-do-abeto-da-eurásia

Esses pequeninos insetos são conhecidos por farejar árvores que estão sofrendo com infecções fúngicas, enterram-se em suas cascas e acabam matando as plantas de dentro para fora. Em julho de 2022, a Comissão Florestal do Reino Unido iniciou um novo programa para tentar lidar com surtos de besouros e combater a propagação futura. Entenda mais sobre esse caso nos próximos parágrafos!

Problemas na Europa

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Além do Reino Unido, citado anteriormente, outras nações europeias têm demonstrado problemas com infestações de besouros. Desde 2018, a Alemanha registrou a perda de meio milhão de hectares de florestas, sendo várias espécies de abetos sendo particularmente atingidas pelos besouros.

Na Noruega, esses pequenos bichos se enterram na casca dos abetos, acasalam lá dentro e depositam seus ovos ali mesmo. Como registrado por pesquisadores, os insetos parecem ter preferência pelas árvores já infectadas com um fungo simbiótico chamado Grosmannia penicillata, que enfraquece as árvores e quebra suas defesas químicas. 

Isso permite que os besouros se reproduzam com sucesso dentro da casca sem sofrer qualquer tipo de retaliação. Uma pesquisa publicada na revista PLoS Biology descobriu que os fungos decompõem os monoterpenos — substâncias químicas presentes na resina da casca da árvore — em novos compostos, incluindo cânfora e tujanol. Por sua vez, as antenas dos besouros são excelentes captadoras dessas substâncias, o que explica o fato deles serem completamente "viciados" em árvores com infecções fúngicas.

Estratégias para o futuro

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Segundo os pesquisadores, entender qual o papel que os novos compostos químicos exercem nos ataques de besouros em árvores europeias precisa ser o primeiro passo para ajudar na criação de melhores estratégias de manejo de pragas. Dessa forma, seria possível proteger as coníferas europeias de futuros surtos epidêmicos.

“Os besouros da casca que atualmente matam milhões de abetos todos os anos na Europa são apoiados em seus ataques por fungos associados”, declarou o coautor do estudo Jonathan Gershenzon, bioquímico do Instituto Max Planck de Ecologia Química, em comunicado aberto.

De acordo com Gershenzon, os pesquisadores estão otimistas que identificar os compostos que atraem os besouros para as cascas das árvores será uma enorme etapa para criar iscas mais eficazes. Atualmente, os cientistas têm optado por um coquetel de feromônios para tentar atrair os besouros para uma armadilha em massa, mas o método "não tem tido tanto sucesso no ciclo de surtos que começou nos últimos 10 anos". 

A última esperança, então, é que a adição dos compostos recém-descobertos e relacionados a fungos às armadilhas será o suficiente para aumentar sua eficácia e fornecer um maior sistema de proteção aos ecossistemas europeus para as próximas décadas. 


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