Crânio de dinossauro sugere viagem de gigantes entre continentes

14/04/2023 às 10:002 min de leitura

Pesquisadores da Universidade Curtin, na Austrália, encontraram um raro crânio de dinossauro quase completo que habitou aquela região da Oceania há cerca de 95 milhões de anos. A descoberta permitiu revelar algumas características interessantes do gigante pré-histórico.

De acordo com o estudo publicado no periódico Royal Society Open Science, na última quarta-feira (13), os restos mortais achados em uma cidade do estado de Queensland pertenciam à espécie Diamantinasaurs matildae. O animal integrava o grupo Sauropoda.

Apelidado de “Ann”, o réptil ao qual pertencia o crânio apresentava corpo em forma de barril, cabeça pequena, pescoço e cauda alongados e quatro pernas colunares. Trata-se do primeiro saurópode encontrado na Austrália com a maior parte do crânio, além do primeiro Diamantinasaurus com o pé traseiro preservado.

(Fonte: Royal Society Open Science/Divulgação)(Fonte: Royal Society Open Science/Divulgação)

“Tive a sorte de estar envolvido nesta primeira descoberta australiana. Ser capaz de liderar a pesquisa sobre esses fósseis foi um grande privilégio. Este crânio nos dá um raro vislumbre da anatomia deste enorme saurópode que viveu no nordeste da Austrália há quase 100 milhões de anos”, comemorou o paleontólogo Stephen Poropat.

Ligação entre Oceania e América do Sul

Durante a análise dos fragmentos, Poropat e seus colegas encontraram semelhanças com o crânio de um titanossauro conhecido como Sarmientosaurus musacchioi. O curioso é que este último vivia na região onde hoje está a Argentina, bem longe dali, no mesmo período.

Entre as características parecidas, os especialistas citaram, principalmente, os ossos da extremidade posterior da caixa craniana, próximo à articulação da mandíbula. O formato dos dentes, com aparência cônica e curva, também era semelhante em ambos os restos mortais.

(Fonte: The Conversation/Reprodução)(Fonte: The Conversation/Reprodução)

Com as descobertas, os paleontólogos acreditam que os saurópodes circulavam entre os territórios pertencentes atualmente à Austrália e à América do Sul, durante o Cretáceo médio. O clima extremamente quente daquele período era favorável às viagens dos répteis gigantes.

Além disso, o planeta possuía uma configuração diferente da atual, com a Austrália localizada mais ao sul, apresentando altas temperaturas e menos sazonalidade. Já a Antártida tinha florestas no lugar do gelo, se mostrando um habitat interessante para a espécie e também funcionando como uma ponte, possibilitando viajar entre os dois continentes.

Reconstrução do crânio

Mesmo se mostrando em boas condições, o crânio de dinossauro de 95 milhões de anos descoberto na Austrália mostrava, essencialmente, a metade esquerda da cabeça. Dessa forma, foi preciso realizar a reconstrução digital da parte direita da caixa craniana, usando tomografia computadorizada.

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Em meio ao trabalho, os pesquisadores descobriram curiosidades como dentes provisórios dentro de um osso do focinho, reforçando a ideia de que os saurópodes substituíam seus dentes continuamente, assim como os crocodilos atuais. As análises também indicaram que Ann pesava 25 toneladas, tinha a altura de um poste e o comprimento de uma quadra de tênis.

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