Ciência
01/05/2023 às 12:00•2 min de leitura
Conforme a crença cristã, o Santo Sudário de Turim é um grande pedaço de linho que teria sido usado para envolver o corpo de Jesus Cristo após a sua crucificação pelas mãos dos romanos. O pano contém uma imagem, embora fraca, que costuma ser vista como o rosto do filho de Deus, completo com uma coroa de espinhos e potenciais manchas de sangue.
Assim como acontece com outras supostas relíquias religiosas, no entanto, a autenticidade do objeto tem sido fortemente contestada. Então, o que se sabe sobre esse artefato até hoje? Para entendermos mais sobre o assunto, nós procuramos saber o que a ciência tem a dizer sobre o Sudário de Turim.
(Fonte: GettyImages)
O primeiro registro histórico feito sobre o Sudário de Turim aconteceu em 1354, quando a peça ainda pertencia ao Cavaleiro Templário Geoffroi de Charny. 35 anos depois, o bispo de Troyes rotulou o pedaço de linho como uma fraude e chamou-o de "pintado com astúcia, sendo a verdade atestada pelo artista que o pintou".
De qualquer forma, os papas que vieram ao longo dos anos seguiram acreditando na autenticidade da suposta relíquia, realizando peregrinações para idolatrá-la até 2015. O sudário é raramente exibido hoje em dia, mas passou por alguns testes científicos com o passar dos anos na tentativa de determinar com precisão quando e onde foi feito.
Na década de 1980, o objeto foi submetido à datação por radiocarbono, juntamente de três amostras de controle e com testes conduzidos por três equipes distintas de cientistas — todas trabalhando de forma independente. Os resultados, para a infelicidade dos mais fiéis, não conectaram a peça a Jesus Cristo.
(Fonte: GettyImages)
Os estudos feitos por pesquisadores do Arizona, Oxford e Zurique forneceram uma faixa de idade sobre o Sudário de Turim com precisão de pelo menos 95%. Segundo os estudiosos, o linho que teria "envolvido Jesus" datava para algo entre 1260 e 1390 d.C.
Logo, o artigo afirma que existem evidências bastante conclusivas de que o linho do Sudário de Turim possui origem medieval. Isso conecta a peça ao período histórico em que surgiu pela primeira vez nos registros, perto da época em que o bispo de Troyes chamou-a de uma "fraude astuta".
Desde então, há quem argumente que os estudos foram feitos sobre uma amostra do sudário que teria sido reparada entre os anos 12 e 1300 d.C., ou até mesmo que o sudário foi contaminado durante um incêndio em Chambery, na França, em 1532. Porém, por mais questionamentos que possam ser gerados, as evidências científicas até agora contam uma história concreta.
Por mais que o desenrolar da história forneça um dos desfechos mais monótonos que um ser humano poderia esperar sobre uma peça com tamanho potencial de raridade, tudo indica que o Sudário de Turim possui exatamente a idade histórica em que apareceu para o mundo pela primeira vez.