
Estilo de vida
17/05/2023 às 02:00•2 min de leitura
Já parou para pensar o quanto seria fantástico se roupas tivessem a capacidade de se autorregenerar? Seria uma característica que teria um papel importante para evitar o descarte com o passar dos anos.
E graças couro feito de fungos, essa possibilidade está sendo explorada, como indica um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Newcastle e da Universidade de Northumbria.
O estudo, publicado no Advanced Functional Materials no mês de abril, destaca como os micélios, que fazem parte daquela estrutura dos fungos que fica escondida sob o solo, compostos por redes que lembram a raiz de uma planta, podem desenvolver a propriedade da autorregeneração.
Material produzido tem potencial para substituir o couro. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
No experimento conduzido durante o estudo, a partir da mistura de diferentes componentes, como carboidratos e proteínas, graças à ação dos micélios, pesquisadores obtiveram a formação de uma camada fina, comparável a de um tecido comum.
Em seguida, ao realizar um teste perfurando a superfície desse material, após mantê-lo em condição semelhante à que foi produzido, ele se regenerava em até dois dias. E apesar de ainda apresentar algumas marcas, essa propriedade se apresentou de forma bastante significativa, preservando a integridade dessa espécie de tecido.
Essa característica seria útil tanto para lidar com defeitos menores quanto para danos mais profundos, de modo que ela seja encarada por pesquisadores como o caminho para a substituição do couro. Ou seja, esse material composto por células fúngicas poderia ser utilizado para a confecção de itens variados, como roupas, bolsas e acessórios.
E se pensarmos um pouco além da indústria de vestuário, esse uso poderia estar presente na composição de outros tipos de produtos, como estofados, itens para o lar e materiais veiculares.
(Fonte: Advanced Functional Materials/Wiley/Reprodução)
A partir disso, o que se espera, conforme relatou Martyn Dade-Robertson, coautor do estudo, ao Science News, é que seja possível adaptar esse material para torná-lo ainda mais resistente no futuro, indo além de controlar melhor o crescimento dos micélios.
A verdade é que tecidos que partiram dessa mesma ideia já vinham sendo elaborados. Mas há uma diferença que pode ser destacada nesse método de produção, em comparação com outros tecidos feitos a partir de fungos já desenvolvidos.
Nele, os micélios não são expostos a agentes que os inativem, de modo que eles possam ser reativados para regenerar o tecido da mesma maneira que o produziram, uma vez que os fungos permanecem vivos. Além disso, o micélio substitui o uso de partículas plásticas, algo comum na composição de tecidos substitutos para o couro.
Afinal, já que os micélios dominaram a natureza e estão em todos os lugares, nada melhor que recorrer a uma ajudinha deles! E se você quer saber mais sobre o universo desses pequenos organismos, vale a pena dar uma conferida no documentário Fungos Fantásticos, disponível na Netflix.
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