Por que os peixes do fundo do mar parecem alienígenas?

20/07/2023 às 11:002 min de leitura

Se você já assistiu a Procurando Nemo ou gosta de documentários sobre vida selvagem, provavelmente vai se lembrar das estranhas criaturas que vivem no fundo dos oceanos. Lá embaixo, peixes com presas gigantes, luz própria e corpo esquisito se tornam cada vez mais comuns. Mas você sabe por que isso acontece?

A estranha vida das profundezas

Peixe diabo-negro. (Fonte: BBC/Reprodução)Peixe diabo-negro. (Fonte: BBC/Reprodução)

O que chamamos de oceano profundo é tudo o que está a 200 metros de profundidade ou mais. A partir daí, a pressão se torna cada vez maior e a temperatura cada vez menor. A luz do sol não chega e, com condições tão extremas, são poucos os seres vivos que conseguem sobreviver ali.

E é justamente essa somatória de fatores que faz com que os animais que habitam o oceano profundo sejam tão peculiares. Um exemplo bem conhecido é o peixe-diabo-negro (Melanocetus johnsonii), que aparece em Procurando Nemo e hipnotiza a personagem Dori com a luz que emite. Além das presas enormes, esse peixe emite uma luz na ponta de um apêndice que fica na sua cabeça. Ele utiliza a bioluminescência para atrair suas presas para perto e poder se alimentar com mais facilidade.

Em um ambiente onde a luz do sol não chega, ter uma fonte de luz própria acabou se tornando bastante comum. Em 2017, a revista Nature publicou um estudo que diz que mais de 75% dos peixes de águas profundas possuem bioluminescência. Em vários casos ela serve para ajudar na caça, mas ela também pode ter outras finalidades. O peixe-pai-velho (Argyropelecus gigas), por exemplo, utiliza a luz para se camuflar de predadores. A sua “lanterna” pisca da mesma maneira que a luz ao seu redor — quando um predador com bioluminescência se aproxima, por exemplo —, fazendo com que seja mais difícil de encontrá-lo.

Presas gigantes e anatomia bizarra

Enguia-pelicano. (Fonte: Wikimedia Commons)Enguia-pelicano. (Fonte: Wikimedia Commons)

Mas não é apenas uma “lanterna” que faz os animais das profundezas do oceano parecerem ameaças alienígenas. O peixe-víbora (Chauliodus sloani) tem presas tão grandes que não consegue fechar a boca sem perfurar o cérebro. Já a enguia-pelicano (Eurypharynx pelecanoides) possui uma boca que, quando aberta, é maior que o seu próprio corpo.

Todas essas características são resultados de como a evolução age em lugares extremos. Quando há pouco alimento disponível, nenhum ser vivo pode se dar o luxo de perder uma presa. Presas grandes e um corpo esquisito ajudam esses peixes a ter um maior sucesso na hora da caça.

Mas ter que sobreviver em profundidades tão extremas também tem outra consequência. O corpo desses animais deve ser adaptado para aguentar uma pressão que pode ser mais de 100 vezes maior que na superfície. É o caso do peixe-bolha (Psychrolutes marcidus), que vive em profundidades entre 600 e 1.200 metros. Sobreviver nesta pressão esmagadora tem um custo e o peixe-bolha adaptou-se com um corpo excepcionalmente flácido, sem depender de um esqueleto forte. A consequência é que se ele subir para a superfície, além de morrer, seu corpo murcha e ele se transforma em uma criatura gelatinosa com uma cara feia.

NOSSOS SITES

  • TecMundo
  • TecMundo
  • TecMundo
  • TecMundo
  • Logo Mega Curioso
  • Logo Baixaki
  • Logo Click Jogos
  • Logo TecMundo

Pesquisas anteriores: