Arqueologia glacial: gelo derretido revela um passado intrigante

11/10/2023 às 03:002 min de leitura

Quando o assunto é o aquecimento do planeta, causado pelas mudanças climáticas, as notícias raramente são boas. Mas existe um setor da pesquisa científica que está fazendo limonada desse limão tão azedo: a arqueologia glacial.

A arqueologia glacial é um campo de estudos que pesquisa itens que estavam preservados no gelo que agora começa a derreter. Cerca de 10% do planeta continua coberto de gelo glacial. Embaixo de todo esse gelo há a esperança de se encontrar fósseis de períodos históricos ainda não compreendidos totalmente.

A maior descoberta desse tipo ocorreu nos alpes italianos, no ano de 1991. Trata-se de Ötzi, um ser humano pré-histórico que viveu há cerca de 4 mil anos antes de Cristo.

Ötzi foi encontrado por cientistas na Itália. (Reprodução: Paul Hanny/Gamma-Rapho via Getty Images)Ötzi foi encontrado por cientistas na Itália. (Reprodução: Paul Hanny/Gamma-Rapho via Getty Images)

Mas essa não é a única descoberta do tipo. Conforme o gelo derrete, um novo mundo vai se revelando para os arqueólogos, como veremos nesta matéria.

Flecha de três mil anos

Em setembro deste ano, pesquisadores encontraram uma flecha de aproximadamente três mil anos sob o gelo norueguês. Uma das hipóteses é que o objeto pertencesse a um caçador de renas que vivia naquela região durante os primeiros anos da Idade do Bronze.

A flecha é feita de madeira, com ponta de quartzito. Na outra ponta há três penas, usadas para estabilizar o objeto durante o disparo.

Esquis da Idade do Ferro


Em 2014, arqueólogos divulgaram uma descoberta curiosa: um esqui medieval. É provável que o objeto tenha sido confeccionado há cerca de 1300 anos. Depois de 7 anos, uma segunda boa notícia surgiu da neve: o outro pé do esqui fora encontrado.

Como os objetos estavam muito bem preservados, foi possível criar réplicas deles, o que possibilitou que os pesquisadores descessem as montanhas como se fazia naquela época.

Bebê mamute

(Fonte: Reprodução: Kazuhiro Nogi/AFP via Getty Images)(Fonte: Reprodução: Kazuhiro Nogi/AFP via Getty Images)

Em 2010, pesquisadores encontraram a carcaça de um bebê mamute na Sibéria, o animal foi chamado de Yuka. Yuka teria vivido há cerca de 30 mil anos, durante a última glaciação conhecida. A hipótese de sua morte sugere que o pequeno filhote se perdeu do bando e ficou preso na lama, morrendo e ficando congelado na sequência.

Essa descoberta foi muito importante, pois permitiu que os cientistas coletassem o sangue congelado do animal, além de estudar os seus tecidos.

Pinguins congelados

Em 2016, pesquisadores encontraram pinguins congelados na Antártida. Os pinguins são da espécie pinguins-de-adélia e viviam naquela região há cerca de 800 anos. Os cientistas acham que os animais estavam buscando um local mais seguro quando foram surpreendidos por uma nevasca que os matou.

Na mesma expedição fora encontrado mais restos mortais de aves, com cerca de 5 mil anos, porém menos preservados do que os pinguins.

Nem tudo é vantagem

Essa série de descobertas pode nos levar a acreditar que o derretimento das geleiras só traz vantagens aos arqueólogos. Isso nem sempre é verdade. Ainda que os grandes blocos de gelo preservem artefatos e animais, ao derreterem, eles se transformam em lama.

Isso significa que se os pesquisadores não forem rápidos em suas expedições, podem acabar perdendo esses itens, que se danificarão em meio ao lamaçal.

Fonte

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