Estilo de vida
04/11/2023 às 09:00•2 min de leitura
Em 1906, um marinheiro chamado LC Bishop voltou do Japão para Ohio, nos Estados Unidos, com uma lembrança curiosa: os restos mortais de uma bizarra criatura que parecia ser uma pequena "sereia" com garras. Anos depois, pesquisadores da Northern Kentucky University (NKU) agora trabalham para examinar o objeto e tentar decifrar suas origens.
Estudantes de radiologia da NKU usaram raios-x e tomografias computadorizadas para examinar o curioso objeto, agora acreditando se tratar de um Frankenstein de pelo menos três espécies. Estudos mostram que os restos em questão são feitos de partes de macacos, peixes e répteis.
(Fonte: Sociedade Histórica do Condado de Clark no Heritage Center/Facebook/Reprodução)
Em entrevista ao Daily Mail, o radiologista da NKU Joseph Cress confirmou que os restos mortais estudados parecem ser uma mistura de três espécies. "Tem a cabeça e o torso de um macaco, as mãos parecem de um anfíbio, quase como um jacaré, um crocodilo ou algum tipo de lagarto. E depois há aquela cauda de peixe – novamente, espécie desconhecida", relatou.
Segundo Cress, o animal foi obviamente moldado por alguém, quase como se fosse um monstro de Frankenstein. Por esse motivo, os pesquisadores agora lutam para tentar descobrir que partes de quais criaturas foram unidas. As varreduras também revelaram que o objeto continha hastes de madeira e metal para segurar as garras no lugar, além de enchimento de algodão no corpo.
A arquivista da Sociedade Histórica do Condado de Clark no Heritage Center, Natalie Fritz, disse ao Springfield News-Sun que o objeto em questão provavelmente era algo conhecido como "sereia de Fiji", uma atração secundária popular no século XIX. Elas faziam parte de coleções e exibições no final de 1800. Bishop, que doou a sereia para estudo, serviu no Japão na década de 1870 e provavelmente adquiriu esse artefato naquela época.
(Fonte: Sociedade Histórica do Condado de Clark no Heritage Center/Facebook)
As sereias de Fiji foram objetos popularizados nos Estados Unidos por um showmen conhecido como PT Barnum. Ele até mesmo chegou a exibir uma "sereia" semelhante no Museu Americano em Nova York, até o local ser incendiado em 1865.
A sereia doada por Bishop, por sua vez, foi aparentemente exibida de forma semelhante pela cidade de Ohio. "Algumas pessoas lembram de tê-la vista em exibição no Memorial Hall, sede da sociedade histórica de 1926 a 1986", destacou Fritz. Mesmo assim, ainda há muito que os pesquisadores esperam aprender sobre o objeto.
Ao Daily Mail, Cress explicou que ele e os outros cientistas envolvidos no projeto esperam examinar de perto cada parte da misteriosa sereia. Em seguida, os dados serão enviados ao Zoológico de Cincinnati e ao Aquário de Newport para que especialistas possam tentar determinar exatamente quais espécies foram usadas para fazê-la.
Portanto, agora não há qualquer tipo de dúvidas a respeito da existência de uma "criatura lendária" encontrada no Japão, mas sim sobre como esse ser foi forjado e quais suas reais origens.