Esculturas rupestres de 'calendário' anasazi são achadas nos EUA

Enquanto investigavam um local no sudoeste dos Estados Unidos, um grupo de arqueólogos descobriu uma série de esculturas rupestres antigas que os primeiros nativos americanos podem ter usado como calendário no passado. O local, conhecido como Castle Rock Pueblo, fica localizado na fronteira entre Colorado e Utah e é mais lembrado pelos assentamentos anasazi que estão escavados nas paredes do cânion circundante.

Os anasazi eram um grupo de povos indígenas que habitaram a região por volta de 1250 a 1274, de acordo com o estudo publicado na revista Antiquity em 2020. Na visão dos investigadores, tais descobertas podem ajudar na compreensão de como esses povos viviam e como se expressavam culturalmente.

Vida dos anasazi

(Fonte: Universidade Jaguelônica/Divulgação)

Em comunicado oficial, o professor de arqueologia da Universidade Jaguelônica, da Polônia, e líder da investigação, Radoslaw Palonka, comentou um pouco sobre a vida desses povos indígenas. "As comunidades agrícolas anasazi desenvolveram uma das culturas pré-colombianas mais avançadas da América do Norte", destacou.

Segundo Palonka, esse povo aperfeiçoou a arte de construir casas de pedra de vários andares, semelhantes a casas medievais ou até mesmo blocos de apartamentos. O povo anasazi também era famoso por sua arte rupestre, joias intrincadamente ornamentadas e cerâmicas com diferentes motivos pintados com pigmento preto sobre fundo branco. 

Durante a investigação, os arqueólogos descobriram uma série dessas pinturas rupestres esculpidas nas paredes do cânion em Castle Rock Pueblo, logo acima dos assentamentos do penhasco. Segundo os investigadores, as esculturas — que incluem espirais com mais de 1 metro de diâmetro — podem ser vistas por mais de 4 km de extensão.

Busca por novas informações

(Fonte: Wikimedia Commons)

Em seu comunicado oficial, Palonka afirmou sempre ter pensado que áreas como Castle Rock Pueblo seriam estudadas minuciosamente até que algo pudesse ser encontrado. Isso incluiria a condução de escavações em grande escala, levantamentos geofísicos e digitalização de dados. Contudo, foram algumas informações de membros mais velhos da comunidade local que trouxeram dados relevantes sobre a região.

Segundo o investigador, essas pessoas afirmaram que sinais valiosos poderiam ser encontrados nas partes mais altas e menos acessíveis dos cânions — onde nenhum pesquisador havia se aventurado até então. Ao verificar essa informação, os investigadores encontraram esculturas que simplesmente superaram qualquer expectativa criada até aquele momento. 

Por conta disso, os arqueólogos acreditam que o povo anasazi usou painéis como um calendário para "observações astronômicas" e também para comemorar "dias especiais", incluindo os solstícios de verão e inverno e os equinócios de primavera e outono. Ao longo de sua trajetória, os anasazi deixaram para trás vários monumentos litúrgicos em diferentes locais, dos quais dois foram classificados como patrimônio mundial pela UNESCO. 

Portanto, descobrir novas informações sobre esse povo e tentar decifrar alguns dos códigos deixados por eles para trás pode ser um passo importante para entendermos mais sobre o passado da humanidade e também sobre como algumas das civilizações indígenas mais antigas funcionavam.