Estilo de vida
26/06/2024 às 08:00•2 min de leituraAtualizado em 26/06/2024 às 08:00
A arraia Charlotte, que supostamente estava grávida mesmo sem ter contato com machos da espécie, não dará à luz. Ela sofre de uma mutação genética rara que afeta seu sistema reprodutivo, conforme anunciou o Aquarium & Shark Lab by Team Ecco, nos Estados Unidos, onde ela vive.
Em fevereiro deste ano, a instituição que funciona em Hendersonville, na Carolina do Norte, revelou a “gravidez” do animal, informando que ela esperava entre três e quatro filhotes. No entanto, a fêmea não convive com uma arraia macho há pelo menos oito anos.
Dessa forma, não faltaram especulações sobre o que teria levado Charlotte a engravidar. Uma das hipóteses é que a gestação havia sido resultado de um acasalamento cruzado, após ela se relacionar com um dos tubarões-bambu que habitam o mesmo aquário.
Essa teoria foi descartada por biólogos, que sugeriram a chance de reprodução assexuada, inédita entre as arraias. Na partenogênese, o óvulo se desenvolve em um embrião sem a fertilização pelo espermatozoide, algo que poderia ter ocorrido no aquário, mas outros especialistas negaram tal possibilidade.
Após a história viralizar, a equipe responsável pelo aquário decidiu investigar o caso, realizando exames laboratoriais na arraia. Durante o ultrassom feito por ela, os profissionais relataram ter visto cistos ou algo parecido com pequenas bolsas e fizeram novos testes.
“Os relatórios mostram que Charlotte desenvolveu uma doença reprodutiva rara que afetou negativamente o seu sistema reprodutivo. As descobertas são verdadeiramente um desenvolvimento médico triste e inesperado”, escreveu o aquário em sua página no Facebook, confirmando que a arraia não estava grávida.
Detalhes sobre a mutação genética rara desenvolvida pelo animal não foram informados. Mas de acordo com a Morris Animal Foundation, as doenças reprodutivas são comuns nas arraias fêmeas mais velhas e em cativeiro, embora não impeçam que elas engravidem e sejam capazes de dar à luz.
Enquanto veterinários e especialistas analisam os resultados dos exames para compreender melhor a doença e definir as opções de tratamento, a arraia Charlotte segue monitorada. Conforme o aquário, seu estado de saúde é estável, sem mudanças no apetite — caranguejos e caramujos são suas comidas preferidas — e nas atividades.
A empresa afirmou estar focada na saúde e no bem-estar dela e disse esperar que “o caso e o tratamento médico de Charlotte contribuam positivamente para a ciência e sejam benéficos para outras arraias no futuro”. Nativa das águas rasas do Pacífico, a espécie tem 23 cm de comprimento, em média, mas pode chegar a 60 cm, e apresenta cauda com espinhos venenosos.