"Lula alien" é filmada no fundo do Pacífico a 3,3 mil metros de profundidade

29/09/2024 às 18:002 min de leituraAtualizado em 29/09/2024 às 18:00

Por pura sorte, uma equipe de cientistas da Expedição Fossa de Tonga 2024, que está em andamento no oceano Pacífico, conseguiu filmar uma raríssima lula bigfin, conhecida pelos seus tentáculos ultralongos e pela sua aparência de alienígena. Para conseguir as imagens, a 3,3 mil metros de profundidade, os pesquisadores usaram um pedaço de peixe como isca, ao lado da câmera.

Desde julho e até outubro, cientistas do Centro de Pesquisa de Mar Profundo Minderoo-UWA e Inkfish usarão submersíveis e aterrissadores de alto mar para mapear, traçar o perfil e pesquisar a Fossa de Tonga, que se estende por 2,5 mil km de comprimento, e uma profundidade máxima de 10.882 metros.

É a primeira vez que uma autêntica bigfin, cujos tentáculos finos e pendentes podem chegar a 8 metros de comprimento, aparece na Fossa de Tonga. Na verdade, o total de avistamentos registrados desse molusco incomum não chega a 20 na história da biologia marinha.

Como é a lula bigfin?

Raramente vistas, pois habitam regiões muito profundas dos oceanos, a maioria das observações de lulas bigfin foram feitas por veículos submarinos robóticos. Até por isso não tem uma tradução direita em português, sendo muitas vezes referida em estudos e reportagens por seu nome em latim: Magnapinna, que também significa "nadadeiras grandes".

Dentro da família Magnapinna, existem várias espécies, nomeadas conforme o oceano em que foram encontradas. Assim temos, por enquanto, três espécies descritas: a M. atlantica, a M. pacifica e a M. talismani, sendo que esta última, por ser descoberta também no Atlântico, na costa de Portugal, recebeu o nome do navio francês, Talisman, que a avistou.

Em dezembro de 2021, o líder da expedição atual, professor Alan Jamieson, diretor do Centro de Pesquisa do Mar Profundo Minderoo-UWA, deparou-se com uma lula da família Magnapinna nadando a uma profundidade de 6,6 mil metros, em um mergulho submersível na Fossa das Filipinas, e publicou um artigo sobre o encontro.

Não tem nada no fundo da Fossa de Tonga

x. (Fonte: Inkfish/Facebook/Divulgação)
No ponto mais profundo da Fossa de Tonga, o mar é inclinado. (Fonte: Inkfish/Facebook/Divulgação)

Além de colher informações da fauna marinha, a Expedição Fossa de Tonga 2024, tem como objetivo principal pesquisar a geologia do chamado Horizon Deep, nome do ponto mais profundo da depressão no fundo do oceano, que fica a aproximadamente 10,8 mil metros abaixo do nível do mar.

Decidido a encarar o buracão submarino, o professor Jamieson embarcou em um submersível tripulado, para fazer uma descoberta surpreendente: na parte mais funda da Fossa de Tonga não existe vida em grande escala, a não ser uma meia dúzia de vermes de escama, como ele relatou. 

Ainda não se sabe por que a biodiversidade no local é tão rara, o que pode ter algo a ver com o fato de o fundo do mar ser inclinado. "A ausência é tão interessante quanto a presença, apenas talvez um pouco menos gratificante imediatamente. É fascinante por que não há absolutamente nada aqui", lamentou-se Jamieson em um vídeo no YouTube.

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