Nova formiga de cor raríssima é descoberta na Índia

10/06/2024 às 16:002 min de leituraAtualizado em 10/06/2024 às 16:00

Pesquisando a biodiversidade em uma região remota no nordeste da Índia, uma equipe de entomologistas descobriu, por acaso, uma nova espécie de formiga. Embora de tamanho muito pequeno, o inseto pôde ser visto, mesmo no escuro, devido à sua rara bioluminescência azul.

Em comunicado à imprensa, os pesquisadores explicaram que, “certa noite, ao explorar um buraco de árvore a cerca de três metros de altura em uma trilha íngreme para gado na remota vila de Yinku, algo brilhou no crepúsculo”. Os pontinhos brilhantes, sugados por um aspirador, foram mais tarde identificados como pequenas formigas azuis brilhantes.

Na descrição do estudo, publicado recentemente na revista ZooKeys, a formiga foi identificada com o gênero Paraparatrechina, raríssimo no mundo e que não é encontrado no país desde 1902. No entanto, devido ao formato da cabeça e corpo, e, principalmente à cor de “cativante azul metálico”, a formiga foi chamada de Paraparatrechina neela

Como a formiga azul foi encontrada?

x (Fonte: Urmimala Singh/Flickr)
O vale do Siang é hoje uma atração turística na Índia. (Fonte: Urmimala Singh / Flickr)

A formiga P. neela foi descoberta como consequência de uma expedição organizada pelo ATREE Insect Museum, de Bangalore, para reavaliar a biodiversidade do vale de Siang, no estado de Arunachal Pradesh, após mais de cem anos da histórica expedição Abor, que fez os primeiros levantamentos da história natural e geográfica do local em 1911 e 1912. 

Se a expedição original levou a opressão do império britânico aos nativos da região, agora a agressão é de outro tipo. "Projetos de infraestrutura de grande escala, como barragens, estradas e instalações militares, juntamente com as alterações climáticas, estão a alterar rapidamente o vale", denuncia autor correspondente do artigo, Priyadarsanan Dharma Rajan.

O que torna a Paraparatrechina neela uma formiga especial?

x (Fonte: Sahanashree et al.)
O azul metálico é uma cor raríssima em formigas. (Fonte: Sahanashree et al.)

O que chama a atenção na descoberta da nova espécie de Paraparatrechina não é apenas a sua descoberta em uma região tão extensa quanto o vale do Siang, nem o fato de fazer parte de um gênero que possui apenas 38 espécies validadas. O que impressiona mesmo é o azul metálico, uma cor pouco comum no mundo animal, e raríssima entre as formigas. 

Nos insetos em geral, a coloração azul não é causada por pigmentos (moléculas que refletem a luz), mas sim pela forma como a luz interage com estruturas nanométricas presentes nas superfícies de seus corpos em ranhuras, protuberâncias e cavidades. O efeito pode ser observado em borboletas, besouros, abelhas e vespas, mas em pouquíssimas espécies e subespécies de formigas

No caso da P. neela, o azul metálico iridescente levanta algumas questões, além da riqueza da biodiversidade do Himalaia Oriental. Será que esse matiz específico auxilia a comunicação, camuflagem ou outro tipo de interação? Por isso, dizem os autores, pesquisar a história evolutiva dessa cor incomum pode levar à compreensão sobre a biologia e a adaptação desses insetos a ambientes montanhosos.

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