Estilo de vida
15/09/2024 às 12:00•2 min de leituraAtualizado em 15/09/2024 às 12:00
A ideia de que todas as espécies, vivas ou extintas, estão conectadas pode parecer um tanto quanto bizarra, mas a ciência tem buscado explicá-la por meio de um conceito: a Árvore da Vida. Esse é um estudo que remonta o trabalho de Charles Darwin, mostrando como plantas, animais e outros organismos estão interligados por meio de um "tronco" comum que se ramifica em milhões de "galhos", cada um representando uma nova forma de vida.
"O grande ponto com Darwin é que ele apresentou um mecanismo para essas ramificações", explicou Ian Barnes, biólogo evolutivo do Museu de História Natural do Reino Unido, em entrevista à Live Science. Darwin propôs que toda a vida na Terra compartilha um único ancestral e décadas de pesquisas vêm reforçando a ideia do "último ancestral comum universal" (LUCA, em inglês).
LUCA teria sido uma célula que viveu há cerca de 4,2 bilhões de anos e da qual toda a vida evoluiu. Ele representaria a base da Árvore da Vida, que se divide em três ramos principais: bactérias, eucariotas e arqueas. A partir desses ramos, todas as formas de vida surgiram e se desenvolveram.
No entanto, o avanço da análise de DNA mudou completamente esse cenário. O estudo do material genético agora permite que os cientistas compreendam com maior precisão o grau de parentesco entre duas espécies. "Mesmo hoje, se gerarmos mais dados de sequências de DNA ou analisarmos de uma maneira diferente, mudamos as relações na árvore", aponta Barnes.
Um exemplo marcante seria o ramo dos eucariotas, que abrange todo tipo de vida multicelular. Com o tempo, essa grande ramificação foi sendo subdividida em clados, que são grupos que incluem um ancestral e todos os seus descendentes.
Embora o formato básico da Árvore da Vida tenha sido confirmado pelo DNA, novas descobertas continuam a redesenhar algumas de suas ramificações. "Mesmo agora, se gerarmos mais dados ou analisarmos de maneira diferente, mudamos as relações na árvore", explica Barnes.
A flexibilidade da Árvore da Vida faz dela uma ferramenta para entender as relações entre os seres vivos, bem como para alguns usos práticos. Ao olhar para essa estrutura, cientistas conseguem identificar novas espécies com potencial para tratamentos médicos e analisar a extinção de espécies ao longo do tempo.
A Árvore da Vida também tem revelado como a vida evolui, fluindo e mudando ao longo dos milênios. Ela nos ajudou a entender as taxas de extinção do passado e compará-las com as atuais, lançando luz sobre os fatores que influenciam esses processos. "Não é apenas um desenho das relações entre organismos, mas um verdadeiro instrumento de análise", conclui Barnes.