Saúde/bem-estar
22/04/2024 às 08:00•2 min de leituraAtualizado em 22/04/2024 às 08:00
Também conhecida como ouro de tolo, a pirita é um cristal brilhante, com cor dourada, e que costuma ser usada pelas pessoas para representar a abundância, a confiança e a proteção. Seu nome vem da palavra grega "pyr", que pode ser traduzida como fogo. Por causa do tom, a pedra por vezes é confundida com o famoso metal precioso.
Agora, uma nova descoberta pode revelar algo surpreendente: que a pirita pode ser mais valiosa do que se pensava até o momento.
Uma análise feita com uma amostra de pirita nos Estados Unidos mostrou que a pedra continha uma quantidade considerável do elemento químico lítio, que é muito importante para a produção de baterias.
Segundo declaração de Shailee Bhattacharya, uma geoquímica sedimentar que trabalha com o professor Shikha Sharma no Laboratório IsoBioGeM da West Virginia University, essa é a primeira vez que a pirita é associada ao lítio. O estudo dos dois partiu de 15 amostras de rochas retiradas da bacia dos Apalaches, nos Estados Unidos.
Suas análises revelaram que havia uma quantidade bastante surpreendente de lítio nos minerais de pirita. “Estamos agora tentando entender como o lítio e a pirita podem estar associados”, explicou Bhattacharya. As descobertas feitas pelos pesquisadores serão apresentadas na Assembleia Geral da União Europeia de Geociências (EGU) ainda em 2024.
A presença de lítio na pirita pode levar a uma nova forma de exploração do lítio, provinda de outra fonte. O que se descobriu é que os minerais de pirita contidos no xisto podem ser uma fonte boa de lítio, o que poderia servir para impulsionar a produção de baterias.
Mas não se deve ainda comemorar muito: os pesquisadores ainda precisam investigar se a novidade é exclusiva do local ou se é uma característica das piritas em geral. Ainda assim, a perspectiva é positiva, e pode representar no futuro novas fontes de energia mais sustentáveis.
“Atualmente, produzimos cerca de 100 mil toneladas de lítio por ano”, aponta Hannah Ritchie, cientista de dados da Universidade de Oxford, em um texto chamado "O mundo tem lítio suficiente para migrar para veículos elétricos?". A previsão é que, até 2030, seja necessário produzir 5 vezes mais para sustentar a demanda.
"Embora os minérios primários de lítio (pegmatito, salmoura salar e argila associada a vulcões) sejam geralmente bem compreendidos, seria desejável identificar fontes adicionais do elemento que pudessem ser exploradas de forma segura e econômica. Usar material de operações industriais anteriores (por exemplo, rejeitos de minas ou cascalhos de perfuração) como fonte adicional seria interessante, pois geraria pouco ou nenhum novo material residual", afirmam Shailee Bhattacharya e Shikha Sharma em seu artigo.