Estilo de vida
11/05/2024 às 14:00•2 min de leituraAtualizado em 11/05/2024 às 14:00
Durante as aulas de geografia no colégio, aprendemos que a Terra realiza dois movimentos: translação e rotação. O primeiro deles diz respeito à volta que fazemos em torno do Sol, o que configura um ano. Já o segundo, por sua vez, é a volta que o planeta dá nele mesmo, o que marca os nossos dias.
Logo, estamos constantemente girando no mesmo lugar e sempre na direção leste. Então, qual o motivo de voos de avião com trajetória para o oeste não serem mais rápidos do que o normal? Embora essa pareça uma pergunta boba, é algo que intriga usuários da internet há tempos e possui uma boa explicação científica.
Basta fuçar um pouco pela internet para encontrar algumas teorias da conspiração que tentam explicar o motivo dos voos não encurtarem dependendo da direção. Afinal, se a Terra gira numa velocidade aproximada de 1,7 mil km/h e um avião voa numa velocidade média de 850 km/h, como pode os trechos de ida e volta durarem o mesmo tempo se estão indo em direções contrárias? Na cabeça dos conspiracionistas, isso só seria possível se a Terra fosse estacionária.
Porém, isso seria o equivalente a pensar que qualquer movimento exercido pelos seres humanos também sofre grave influência da velocidade de rotação da Terra. E o que isso quer dizer? Nessa teoria, se déssemos um salto no ar de um único breve segundo, automaticamente teríamos que aterrissar muito mais longe do local de origem do pulo. E isso obviamente não é o que acontece.
A ciência explica todo esse processo através da lei da inércia, que diz que todo objeto em movimento deverá permanecer em movimento a menos que outra força atue sobre eles. Por isso, quando saltamos diretamente no ar — independente se estamos em um trampolim ou em um carro —, pousamos onde começamos o ato.
No fim das contas, os aviões não possuem propriedades mágicas que ignoram a lei da inércia. Portanto, quando decolam da Terra em movimento, precisam gastar certa quantia de energia para se locomoverem. Além disso, à medida que o planeta gira, ele arrasta consigo a maior parte da nossa atmosfera por meio de forças de atrito.
Se a atmosfera não fosse arrastada nesse processo, a velocidade relativa do vento até poderia ser usada para diminuir o tempo de um voo, mas você também estaria constantemente sendo atingido por rajadas de vento impressionantemente fortes.
Ao contrário do que a teoria da conspiração sugere, voar para o oeste — contra a rotação da Terra — demora um pouco mais do que voar para leste. O motivo? As correntes de jato de ar estreitas e de fluxo rápido na atmosfera, encontradas em grandes altitudes, geram uma resistência ao avião. O movimento de rotação pode até afetar indiretamente os tempos de voo através do seu efeito na velocidade e direção do vento, mas nada que fuja da normalidade.