Estilo de vida
01/10/2024 às 21:00•2 min de leituraAtualizado em 01/10/2024 às 21:00
Estima-se que cerca de 400 mil pessoas no mundo sejam albinas. Essa condição genética também afeta vários animais e faz com que esses seres exibam um tom de pele muito pálido, às vezes rosado ou até amarelado. Mas uma “marca registrada” dos albinos, que deixa muita gente intrigada, é a aparência de olhos vermelhos.
Na realidade, esse vermelho dos olhos, que às vezes pode aparecer também como azul claro, violeta ou cinza, não são cores, mas apenas um efeito do reflexo da luz nos vasos sanguíneos da retina. Isso ocorre porque, como a íris dos albinos não é pigmentada, ela se torna parcialmente transparente.
A falta de melanina, o pigmento responsável pela cor da pele, dos pelos, e eventualmente da parte colorida dos olhos, é o principal aspecto característico do albinismo, uma condição causada por mutações genéticas que afetam a produção ou distribuição do corante natural.
A questão do albinismo ocular é muito mais séria do que ter uma íris com pouca melanina, cuja transparência pode revelar a cor dos vasos sanguíneos da retina. Há diversas complicações associadas à deficiência de melanina, que acarretam problemas no desenvolvimento e no funcionamento de algumas partes dos olhos:
Problemas de desenvolvimento da retina são comuns em humanos e animais, pois a falta de melanina afeta a formação de partes essenciais camada do fundo do olho que capta a luz, especialmente da fovea.
Essa pequena região, localizada no centro da retina, é responsável pela visão de detalhes e pela percepção das cores. A má formação da fovea e de outras partes da retina reduzem, nos albinos, a sua capacidade de focar e a correta percepção de detalhes visuais.
Além de afetar a retina, a falta de melanina impede o desenvolvimento adequado das fibras nervosas que ligam a retina ao cérebro através do nervo óptico. Isso pode prejudicar à visão binocular, que funde as informações visuais dos dois olhos para formar uma única imagem tridimensional, além de causar um processamento incorreto da percepção de profundidade.
Outra consequência da ausência de melanina, o nistagmos é um movimento involuntário e repetitivo dos olhos, que ocorre de forma e oscilante, na tentativa de compensar o desenvolvimento anormal da retina e do nervo óptico.
Além de prejudicar a estabilidade da visão, o nistagmo torna mais difícil focar em objetos, reduzindo o alcance visual dos albinos.
A transparência da íris em albinos não provoca apenas o "efeito olhos vermelhos", mas causa, em humanos e animais, uma fotofobia severa, que é a extrema sensibilidade à luz.
Isso acontece porque a falta de melanina na íris e no epitélio pigmentar da retina impede que o olho bloqueie a luminosidade, causando desconforto e dificuldade para enxergar em ambientes muito iluminados.
O desenvolvimento anormal da retina e das conexões visuais no cérebro causados pela falta de melanina tem como consequência o estrabismo, um desalinhamento dos olhos, no qual eles não conseguem se mover de forma coordenada.