Afinal, qual é a expectativa de vida dos pássaros? A resposta é mais complicada do que parece; entenda o que impacta na longevidade das aves.

Existem, no mundo, mais de 11 mil espécies de aves, cada uma com características singulares, e que volta e meia nos chamam a atenção. Inclusive, quando nos deparamos com um belo pássaro, não raramente nos perguntamos como um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123409-9-especies-de-animais-estranhos-que-estao-ameacadas-de-extincao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">animal</a> que parece tão frágil e delicado pode sobreviver por conta própria.Outra dúvida comum é: afinal, quantos anos um pássaro pode viver? A resposta é que, na verdade, depende bastante da espécie. Sabemos que as aves envelhecem de forma bem diferente dos humanos. Mas ainda assim, pode-se dizer que muitos pássaros vivem por muito mais tempo do que os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128870-as-racas-de-caes-com-a-vida-mais-longa-segundo-a-ciencia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gatos e cachorros</a>.<h2>A expectativa de vida das aves</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/14/14030217633002.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>(Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Quando a plumagem das aves se desenvolve por completo, é sinal de que chegaram à fase adulta. Por outro lado, quando envelhecem, os pássaros não ficam grisalhos, e as mudanças são tão imperceptíveis — por isso a dificuldade de estimar a idade deles.Mas sobre algo já temos certeza, a longevidade de um pássaro está relacionada ao seu tamanho: quanto maior a ave, mais tempo ela tende a viver. Há espécies, a exemplo dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126827-papagaio-que-nao-voa-reaparece-na-nova-zelandia-apos-40-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">papagaios</a> domésticos (que, na verdade, representam uma grande gama de variedades de pássaros), que apresentam um maior tempo de vida e podem alcançar os 60 anos.Vale destacar que este sequer se trata do caso mais excepcional, já algumas espécies podem chegar aos 70 anos, como <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128402-ave-selvagem-mais-velha-do-mundo-retorna-para-casa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a albatroz-de-laysan, Wisdom</a>, que detém o título de ave selvagem mais velha do mundo.O pica-pau, por exemplo, pode viver por 15 anos, em média, enquanto o famoso bem-te-vi vive entre 8 e 12 anos. O sabiá-laranjeira costuma ter expectativa de vida de 10 anos — podendo chegar aos 20 em cativeiro. A <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123008-por-que-passaros-colocam-pedacos-de-papel-em-suas-penas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">calopsita</a>, da mesma forma, vive entre 10 e 15 anos na natureza, e 20 quando em ambiente doméstico.<h2>Fatores que explicam a longevidade dos pássaros</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/14/14030243442003.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>(Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Uma resposta mais generalista para a dúvida seria que os <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128913-por-que-os-passaros-cantam-antes-do-sol-nascer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pássaros</a> vivem, em média, entre 3 e 5 anos. Isso porque grande parcela deles apresenta um tamanho menor, e diferente das espécies de maior porte, lida com um número maior de predadores.Partindo dessa linha de raciocínio, as espécies que voam também sobrevivem por um período maior. E aí entra um outro ponto sensível, a expectativa de vida continua bastante relacionada ao habitat e como os pássaros vivem. Isso porque a mortalidade destes animais está mais associada a acidentes de percurso do que à idade elevada.Por exemplo, se comparar as aves migratórias com as que permanecem toda a vida numa determinada região, fica nítido que as primeiras costumam apresentar uma maior taxa de mortalidade.Quanto ao clima, não é diferente: as espécies que vivem em <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122741-por-que-ha-tanta-biodiversidade-nas-regioes-tropicais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">regiões tropicais</a> também costumam viver por mais tempo que os pássaros de zonas temperadas. Ainda vale lembrar que, quanto aos motivos por trás das diferenças climáticas, a maior possibilidade de socialização e a maior facilidade para adquirir alimentos também são associadas à maior biodiversidade.

large_GettyImages-961978380.jpg

medium_GettyImages-961978380.jpg

small_GettyImages-961978380.jpg

thumbnail_GettyImages-961978380.jpg

GettyImages-961978380.jpg

Por até quantos anos os pássaros podem viver?

Pela contagem oficial da União Soviética, só houve 31 vítimas no acidente nuclear de Chernobyl, mas as pessoas expostas à radiação foram milhares.

Na madrugada do dia 26 de abril de 1986, os engenheiros Valery Khodemchuk e Volodymyr Shashenok realizavam testes de rotina na sala de controle do reator n.º 4 da Usina de Energia Nuclear Vladimir Ilich Lenin, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127590-ucrania-planeja-inaugurar-parque-eolico-em-chernobyl.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">na cidade de Chernobyl, na Ucrânia</a>, então parte URSS.Khodemchuk foi à sala de máquinas para checar os resultados dos testes, quando o aparelho explodiu, lançando uma colossal bola de fogo de material nuclear no espaço. Shashenok correu para o local para resgatar o colega, mas não conseguiu encontrá-lo. O corpo acabou selado por uma gigantesca estrutura de concreto e aço que envolve o reator até hoje.<ul><li>Saiba também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125594-por-que-e-possivel-morar-em-hiroshima-e-nagasaki-mas-nao-em-chernobyl.htm">Por que é possível morar em Hiroshima e Nagasaki, mas não em Chernobyl?</a></li></ul>Quanto a Shashenok, ele foi resgatado pelos primeiros bombeiros que chegaram ao local. Estava gravemente irradiado e queimado por vapor d'água. “Não era meu marido, era uma bolha inchada”, disse sua esposa, Lyudmila. Ele morreu cinco horas depois do resgate. Um ano depois, seu corpo foi levado para o Cemitério Mitinskoye, em Moscou.<h2>Os bombeiros de Chernobyl</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/13/13152407928290.jpg" alt="(Fonte: Oleg Yu.Novikov via Wikimedia Commons)"><figcaption>Cemitério Mitinskoye, em Moscou. (Fonte: Oleg Yu.Novikov/Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>Além de doses letais de radiação, os bombeiros de Chernobyl tiveram que enfrentar as chamas da explosão, que subiram para quase 2 mil graus Celsius. Um esquadrão com 13 deles, comandado pelo tenente Volodymyr Pravyk, chegou ao reator quando o nível de radiação direta era tão alto que poderia matar um ser humano em 48 segundos.Em desespero, Pravyk subiu ao telhado com cinco comandados — Vladimir Tishura, Nikolai Titenok, Vasily Ignatenko, Nikolai Vashchuck e Viktor Kibenok – para despejar água no reator. Em apenas uma hora, todos passaram mal, começaram a vomitar e tiveram, eles próprios, que ser resgatados. <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122390-5-perturbadoras-revelacoes-de-chernobyl-the-lost-tapes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Os seis e outros 23 colegas morreram no desempenho de suas funções.</a>Sem nenhum equipamento de proteção contra a radiação, mais e mais bombeiros chegaram ao local com equipamentos toscos para apagar as chamas. Segundo o The Guardian, a autópsia mostrou que os olhos castanhos de Pravyk se tornaram azuis devido à contaminação. Todos os bombeiros foram enterrados no Cemitério Mitinskoye e,&nbsp;assim como Shashenok, em caixões de chumbo e selados em concreto.<h2>Mais corpos ligados à tragédia de Chernobyl</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/13/13160713207301.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)"><figcaption>Chernobyl é considerado um dos maiores desastres nucleares do mundo. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Em Mitinsyoke, um cemitério conhecido dos moscovitas por abrigar corpos de figuras de destaque, estão pessoas ligadas indiretamente à tragédia, como o químico Valery Legasov, que se suicidou dois anos depois do acidente. Ele foi o responsável pela aprovação do reator RBMK-1000 da usina, mesmo sabendo se tratar de um equipamento instável e propenso a acidentes.Embora as autoridades soviéticas tenham reconhecido como <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/217170-chernobyl-inabitavel-24-mil-anos-vida-selvagem-prospera.htm">vítimas de Chernobyl apenas os dois funcionários e os 29 bombeiros, a população evacuada</a> e os 600 mil trabalhadores que limparam o local foram, e continuam, sob risco&nbsp;de desenvolver câncer de tireoide, leucemia, doenças do sangue, doenças cardiovasculares entre outras. Fique sempre atualizado com todos os fatos históricos mundiais, aqui no Megacurioso e aproveite para descobrir, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/sapos-de-chernobyl-mudaram-de-cor-apos-acidente-nuclear-1">como os sapos de Chernobyl mudaram de cor após acidente nuclear</a>.

large_GettyImages-178417222.jpg

medium_GettyImages-178417222.jpg

small_GettyImages-178417222.jpg

thumbnail_GettyImages-178417222.jpg

GettyImages-178417222.jpg

O que foi feito com os corpos das pessoas que morreram em Chernobyl?

Estudo publicado na Nature Metabolism oferece uma visão dos efeitos que podem ser percebidos após um adulto ficar sete dias sem comer nada.

Ficar sem se alimentar por um único dia já parece terrível, mas, e por sete? Sabemos que a sobrevivência nessa condição, muitas vezes por mais de uma semana, fez parte da evolução humana ao longo da história, e infelizmente ainda hoje prejudica severamente populações afetadas por guerras e pela pobreza extrema.Mas, para quem se pergunta como o corpo é capaz de suportar tanto tempo em jejum e quais efeitos podem ser percebidos, pesquisadores do Queen Mary’s Precision Healthcare University Research Institute e do Norwegian School of Sports Sciences conduziram um experimento em um grupo de participantes.Por mais que essa redução brusca na alimentação possibilite uma rápida perda de peso, ela oferece riscos ao organismo, riscos estes que se agravam à medida que os dias passam. Partindo dessa constatação, o experimento ofereceu outras perspectivas envolvendo a adoção do <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128009-pesquisa-mostra-que-jejum-intermitente-pode-ser-mais-eficiente-que-dieta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">jejum intermitente</a>.<h2>Efeitos do jejum prolongado observados a nível molecular</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/04/04164406889283.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>(Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Durante sete dias, 12 voluntários foram analisados enquanto ingeriram apenas água, mostrando como o nosso organismo atua promovendo algumas adaptações durante o jejum. Mas elas não foram tão nítidas a princípio, começando pelo fato que apenas depois de três dias houve alterações significativas nos níveis de proteínas do corpo, que somam mais de três mil.Um efeito já bastante conhecido também aconteceu: já nos dois primeiros dias sem alimentos, o corpo trocou a fonte de energia, deixando de utilizar a glicose e fazendo uso das reservas de gordura armazenadas. Assim, as pessoas acabaram <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122494-por-que-perder-peso-rapido-demais-faz-mal-a-saude.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">perdendo muito peso</a>: em média, 5,7kg — algo que não mudou mesmo após eles voltarem a se alimentar normalmente depois dos sete dias.Enquanto a massa magra (tecido muscular) foi rapidamente reposta, a massa gorda (tecido adiposo) se manteve em níveis baixos. Ainda segundo o estudo, publicado na&nbsp;Nature Metabolism, uma em cada três proteínas sofreu alterações, o que dá uma visão de como foi possível observar esses efeitos ao nível molecular.<h2>Associação entre o jejum prolongado e o desenvolvido de doenças</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/04/04164454531284.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>(Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Como resultado disso, pesquisadores notaram a redução dos níveis plasmáticos de uma proteína associada à <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/124326-cafe-com-leite-tem-acao-anti-inflamatoria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">artrite reumatóide</a> (SWAP70). Curiosamente, é justamente essa diminuição que contribui com uma menor ocorrência dos episódios de dor, sugerindo como o jejum intermitente pode ser benéfico para os portadores dessa condição.Outro benefício foi percebido: a proteína 1 regulada por hipóxia (HYOU1) também apresentou redução dos seus níveis, o que, na prática, significa um menor risco de desenvolver doença arterial coronariana para os participantes.Mas, naturalmente, permanecer tanto tempo sem se alimentar oferece riscos que não podem ser ignorados. Como exemplo disso, a coagulação dos voluntários aumentou, o que contribui com um maior risco de desenvolver trombose. E se fosse mantido, esse jejum resultaria em uma rápida deterioração do organismo.<h2>Conclusões do estudo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/04/04164614847286.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>(Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Por outro lado, o estudo fornece evidências de que a adoção do jejum intermitente, praticada com a devida orientação de um médico especializado, somada a uma dieta saudável, pode contribuir com uma melhor qualidade de vida.Claudia Langenberg, que é diretora do&nbsp;Precision Health University Research Institute, abordou essa possibilidade: "Dietas populares que incorporam jejum – como o jejum intermitente – trazem benefícios à saúde que vão além da perda de peso.""Os resultados fornecem evidências dos benefícios do jejum para a saúde além da perda de peso, mas estes só foram visíveis após três dias de restrição calórica total – mais tarde do que pensávamos anteriormente", completa Langenberg.

large_GettyImages-1298286858.jpg

medium_GettyImages-1298286858.jpg

small_GettyImages-1298286858.jpg

thumbnail_GettyImages-1298286858.jpg

GettyImages-1298286858.jpg

O que acontece com o nosso corpo após 7 dias em jejum?

Graças ao mimetismo, há espécies que se mantêm protegidas sem precisar se esconder na natureza. E há uma mariposa que oferece um exemplo bastante curioso de como isso ocorre.

A famosa expressão “lobo em pele de cordeiro” pode ganhar uma dimensão bem diferente quando posta em prática no mundo animal, especialmente quando estamos nos referindo a algum caso de mimetismo presente na natureza.Nesse tipo de ocorrência, os animais dão uma prova real da sua capacidade de evoluir. Mas é importante destacar que, diferente da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119926-como-a-camuflagem-ajudou-na-evolucao-das-especies.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">camuflagem</a>, o mimetismo implica na aquisição de características presentes em outras espécies, sem que esse animal fique totalmente escondido em seu habitat.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/06/06120906531204.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Sesia apiformis. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Mimetismo entre as mariposas</h2>Nesse tipo bastante intrigante de adaptação, além da aparência, o comportamento de outro animal também pode ser "copiado", ainda que parcialmente, de modo que ele afaste seus predadores. E isso pode ser observado não apenas entre espécies animais, como vegetais.Em um dos casos clássicos, temos o peixe tropical Chaetodon capistratus. Ele apresenta uma grande mancha na parte posterior do seu corpo, que parece ser um olho, e essa característica é o suficiente para ele se manter mais seguro nas águas. Entre as mariposas, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126954-5-animais-que-usam-mimetismo-para-escapar-de-predadores.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mimetismo</a> se manifesta de forma incrível.No caso de mimetismo batesiano, a vespa-europeia (Vespa crabro), foi quem serviu de "inspiração". Por isso, diferente dela, a mariposa Sesia apiformis não é nada ameaçadora. Como sabemos bem, as espécies podem variar muito de uma região a outra, por isso é natural que esse inseto inofensivo seja motivo de preocupação.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/06/06121452893205.jpg" alt="Nessa imagem, aparece a vespa-europeia, que de fato apresenta algumas diferenças em relação a mariposa vespa. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Nessa imagem, aparece a vespa-europeia, que de fato apresenta algumas diferenças em relação à mariposa. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Encontrada na Europa e em regiões do Oriente Médio e da América do Norte, a S. apiformis&nbsp;é uma integrante da família Sesiidae. Além dessa aparência, com um corpo onde se destacam os tons de preto e amarelo — cores que no mundo animal são indicativos de picadas tóxicas —, as suas asas podem enganar aos que não percebem as sutilezas.Essas mariposas aperfeiçoaram de tal forma a arte da imitação que até mesmo o voo delas ocorre de uma forma semelhante ao das vespas. Na prática, isso prova como o mimetismo pode contribuir com a proteção de algumas espécies.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/06/06121612973206.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Mas ao reparar bem, os detalhes denunciam a farsa. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Diferenças entre a mariposa e a vespa</h2>Mas ao reparar bem, os detalhes denunciam a farsa, a exemplo das cores das patas da mariposa, do formato da cabeça e da própria cintura, que são diferentes da vespa-europeia. Além da ausência de ferrão, as S. apiformis&nbsp;não possuem mandíbulas feitas para morder e cortar.Ainda há casos fascinantes de mimetismo observados entre outros insetos, como o presente nas mariposas-beija-flor que imitam os belíssimos colibris. Além das asas, sua língua se assemelha bastante ao bico do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128056-como-os-beija-flores-consegue-voar-em-espacos-tao-pequenos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">beija-flor</a>, isso sem falar na cauda e na presença de uma listra branca no dorso.E antes que tal diferenciação ocorresse, os biólogos ficaram confusos, pois ao que tudo indica, não se trata de um caso de mimetismo batesiano, como o manifestado nas mariposas, que permite que animais inofensivos se assemelhem a outros mais perigosos, ou mülleriano, quando espécies compartilham características indesejadas pelos seus predadores, evitando o ataque.

large_GettyImages-1290733624.jpg

medium_GettyImages-1290733624.jpg

small_GettyImages-1290733624.jpg

thumbnail_GettyImages-1290733624.jpg

GettyImages-1290733624.jpg

Parece vespa, mas é uma mariposa. Afinal, o que explica isso?

Ciência mostra que existem muito mais detectores gustativos espalhados pelo corpo do que podemos imaginar

Segundo os pesquisadores, na hora de comer aquela sobremesa deliciosa, nossos receptores gustativos — <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121763-celulas-humanas-recem-descobertas-sao-cruciais-para-a-respiracao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">células</a> especializadas em detectar substâncias químicas — estão trabalhando não só na língua, mas no corpo inteiro. Desde o estômago até o nariz, passando pelos pulmões, coração e até o intestino, esses receptores estão incrivelmente ativos, desempenhando papéis cruciais em nossa fisiologia.Antes, é preciso entender que nós conseguimos sentir os gosto das comidas por causa das papilas gustativas presentes na língua, responsáveis por enviar as informações ao córtex gustativo do cérebro, gerando assim o sabor das coisas. No caso dos receptores, eles não se conectam à região gustativa do cérebro, ou seja, eles identificam que algo é doce, mas não informam isso ao nosso cérebro isso, daí a razão de não sentirmos o gosto em outros órgãos.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Mar de "sabores"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/06/06082554901010.jpg" alt="Boa parte do nosso corpo aproveita os sabores daquele maravilhoso doce de leite. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Boa parte do nosso corpo aproveita os sabores do que comemos. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Estudos revelaram que diversos dos nossos órgãos internos abrigam células (receptores) que compartilham semelhanças surpreendentes com as papilas gustativas de nossa língua. Essas células, embora não sejam capazes de nos fazer saborear alimentos como a língua faz, desempenham papéis vitais em nosso corpo.Para se ter uma ideia, os receptores encontrados no intestino não apenas sentem o sabor dos alimentos, mas também desencadeiam reações que ajudam na digestão e na absorção de nutrientes. É como se fosse um sistema de alarme interno, avisando que há substâncias nocivas, indo desde toxinas até <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128218-como-evitar-que-bacterias-criem-resistencia-a-antibioticos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bactérias</a>. Com essa informação, o organismo pode agir, automaticamente, para mitigar o problema — enjoos e diarreia são exemplos dessa resposta.&nbsp;E não para por aí. As células gustativas presentes nos pulmões têm um papel crucial na proteção contra invasores indesejados, como bactérias, desencadeando respostas imunes que nos mantêm saudáveis.Já no nariz encontramos uma variedade de células gustativas que nos ajudam a identificar e reagir a substâncias amargas. O simples ato de espirrar pode ser uma resposta do seu corpo a uma substância amarga que invadiu suas vias respiratórias, protegendo-o de possíveis danos.<h2 style="text-align:justify;">Futuro para a medicina</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/06/06082751230011.jpg" alt="Graças aos receptores de sabor, doenças como a asma poderá receber novos tratamentos. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Graças aos receptores de sabor, doenças como a asma poderá receber novos tratamentos. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os cientistas estão explorando como esses receptores podem ser aproveitados para tratar uma variedade de doenças. Para eles, a presença desses receptores de sabor em todo o corpo oferece oportunidades incríveis, principalmente no desenvolvimento de drogas que podem auxiliar no tratamento de diversas enfermidades.Como exemplo, a presença de receptores de sabor doce no intestino e no pâncreas tem implicações importantes para o <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128566-diabetes-novos-remedios-regeneram-producao-de-insulina-em-24-horas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tratamento de doenças como diabetes</a>. Essas células podem ser alvos para medicamentos que ajudam o corpo a regular melhor os níveis de açúcar no sangue, oferecendo novas esperanças para aqueles que sofrem com essa condição.Além disso, as células gustativas nos pulmões também estão se mostrando promissoras no tratamento de condições respiratórias, como a asma. Descobriu-se que algumas substâncias amargas têm a capacidade de abrir as vias aéreas, oferecendo uma alternativa eficaz aos tratamentos convencionais.Portanto, da próxima vez que você saborear algo delicioso, lembre-se de que seus receptores de sabor estão trabalhando não apenas em sua língua, mas em todo o seu corpo, desempenhando papéis vitais que vão além do simples prazer de comer.&nbsp;

large_GettyImages-1434918665.jpg

medium_GettyImages-1434918665.jpg

small_GettyImages-1434918665.jpg

thumbnail_GettyImages-1434918665.jpg

GettyImages-1434918665.jpg

Além da língua: os incríveis receptores de sabor escondidos em nosso corpo

Acreditava-se que essas salamandras cegas raramente saíam de suas tocas.

As salamandras conhecidas como "proteus" (Proteus anguinus) passam mais tempo fora de suas tocas do que se pensava. A informação é de um estudo publicado na revista Ecology em fevereiro desde ano. Os anfíbios se assimilam aos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121029-conheca-o-axolote-a-salamandra-sensacao-da-internet-que-esta-em-extincao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">axolotes</a>, embora tenham o corpo mais alongado e sejam cegos.Segundo a pesquisa, um espécime foi encontrado nadando em uma&nbsp;nascente acima do solo em 2020, para surpresa dos estudiosos. Entre 2020 e 2023, a equipe monitorou a região do planalto Cársico, no nordeste da Itália. Neste tempo, foram 10 cavernas e 69 nascentes observadas.Os animais aquáticos foram encontrados em&nbsp;15 dessas nascentes. Além disso, os pesquisadores também observaram a existência de uma "larva" — uma versão "bebê" dos proteus. Embora ainda não haja certeza, isso pode indicar que eles sejam capazes de procriar acima do solo.<h2>Por que os proteus vivem em cavernas?</h2>Os proteus também já foram chamados de "dragões bebê" por conta de sua aparência. Após passarem milhões de anos na escuridão, os indivíduos cegos — mais bem adaptados — foram selecionados. Dessa forma, a espécie hoje possui excelente audição, olfato&nbsp;e se locomove usando <a href="https://www.megacurioso.com.br/biologia/85744-cientistas-descobrem-como-os-humanos-detectam-os-campos-eletricos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">campos elétricos</a>.Justamente por essas características, acreditava-se que esses animais vivessem&nbsp;quase exclusivamente em locais escondidos. Apesar de serem esguios, a falta de visão é um fator que os deixa sujeitos aos predadores em locais mais expostos."Inesperadamente, os proteus foram repetidamente detectados&nbsp;mesmo durante o dia, quando as condições dos habitats superficiais (luz e ocorrência visual de predadores) são consideradas particularmente inadequadas para especialistas em cavernas", diz o artigo.<figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/15/15011312828013.jpg" alt="Proteus anguinus, animais aquáticos esguios e cegos">&nbsp;<a class="fonte_imagem" href="https://www.gettyimages.com.br/"> GettyImages </a>Proteus: animais aquáticos, esguios e cegos. (Fonte: Getty Images)</figure><h2>Características dos proteus</h2>Como dito anteriormente, o proteus compensa a falta de visão com seus sentidos mais aguçados. Ele ainda conta com&nbsp;órgãos sensoriais que facilitam o reconhecimento do ambiente.Existem, por exemplo, os fotossensores, capazes de reconhecer a luz. Embora as larvas contem com olhos normais, o desenvolvimento para e começa a regredir. O resultado é uma atrofia dos olhos após quatro meses. Ainda assim, os fotossensores se mantém no corpo e nos globos oculares regredidos.Além disso, eles são capazes de sentir concentrações muito baixas de compostos orgânicos na água. Já com a ajuda dos receptores mecânicos e elétricos, essas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123398-hellbender-7-curiosidades-sobre-as-maiores-salamandras-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">salamandras</a> recebem vibrações de ondas sonoras da água e do solo.

large_original.jpg

medium_original.jpg

small_original.jpg

thumbnail_original.jpg

original.jpg

Anfíbios cegos são vistos fora de caverna e surpreendem pesquisadores

Iniciativa disponibiliza gratuitamente imagens 3D de mais de 13 mil espécies de animais vertebrados; confira.

Para quem se interessa pelo mundo animal, uma iniciativa que reuniu diversos materiais produzidos em uma série de estudos está disponível, permitindo que o conhecimento esteja acessível a todos, e o melhor, sem sair de casa. O projeto openVertebrate (oVert) oferece imagens 3D com detalhes incríveis de mais de 13 mil animais <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/109836-devastador-60-dos-vertebrados-desapareceram-da-terra-nos-ultimos-40-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vertebrados</a>.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/12/12103808482224.jpg" alt="(Fonte: openVertebrate/Reprodução)"><figcaption>Esse riquíssimo material, digitalizado entre 2017 e 2023, pode facilitar a vida de pesquisadores. (Fonte: openVertebrate/Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>OpenVertebrate Project</h2>Liderado pelo Florida Museum of Natural History, inicialmente, o objetivo era criar uma comunidade de digitalização, mas é possível ver como o projeto já se tornou algo maior. Fruto da colaboração de estudiosos de 25 instituições de ensino, incluindo a Universidade de Harvard, Universidade do Texas, Universidade de Chicago e Universidade da Flórida, foi questão de tempo para outras parcerias serem firmadas.Esse riquíssimo material, digitalizado entre 2017 e 2023, pode facilitar a vida de pesquisadores, uma vez que muitas dessas imagens obtidas contaram com o uso de recursos que não estão amplamente disponíveis.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/12/12103917970225.jpg" alt="(Fonte: openVertebrate/Reprodução)"><figcaption>Estudantes e público geral podem ser igualmente beneficiados por esses recortes e amostras raras. (Fonte: openVertebrate/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Além disso, por não estar restrito a análise de espécies locais, pesquisadores podem se aprofundar no estudo de animais de outras porções, usufruindo também do conhecimento já produzido, reduzindo as barreiras financeiras, temporais e geográficas.Estudantes e público geral podem ser igualmente beneficiados por esses recortes e amostras raras. Esse trabalho ainda é útil para análise de espécies frágeis e, ao mesmo tempo, evita o desgaste das amostras, bem como reduz a necessidade de retrabalho.Em um artigo publicado na Bioscience no último dia 6, os pesquisadores envolvidos nesse esforço compartilharam detalhes desse projeto, que aumentou em larga escala o alcance dos museus de história natural espalhados pelo mundo.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/12/12104009134227.jpg" alt="(Fonte: openVertebrate/Reprodução)"><figcaption>Além de contribuir com a difusão do conhecimento, projeto amplia a visibilidade de diversos trabalhos já realizados. (Fonte: openVertebrate/Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Em busca de novas descobertas</h2>Não se trata de substituir totalmente a necessidade de realizar visitas em diferentes espaços, mas de aproveitar os recursos empregados online para ampliar o acesso: mais da metade dos gêneros de répteis, anfíbios, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121672-5-fatos-sobre-animais-mamiferos-que-voce-nao-conhecia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mamíferos</a>, aves e peixes existentes estão dispostos em tomografias de altíssima qualidade.Ou seja, a visualização pode ser bastante esmiuçada, tanto do interior quanto do exterior do animal. Dessa forma, torna-se virtualmente possível abrir a boca de um sapo e explorar detalhes, seja dos dentes, ou mesmo dos ossos, vasos e tecidos musculares. A expectativa é que o OpenVertebrate também ajude a sanar muitas lacunas.Em meio a esse trabalho de análise, vale lembrar, muitas conclusões interessantes podem surgir, como a que houve a partir de um estudo massivo que se concentrou em <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126949-especie-minuscula-de-sapo-e-descoberta-em-sc.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sapos</a>. Fazendo uso das tomografias computadorizadas disponíveis na oVert, estudiosos puderam comprovar que ao longo do processo de evolução, os sapos perderam seus dentes mais de 20 vezes, o que mostra como esses processos não são tão lineares e definitivos quanto aparentam.

large_mais-de-13-mil-especies-de-vertebrados-podem-ser-exploradas-online-de-graca-thumb.png

medium_mais-de-13-mil-especies-de-vertebrados-podem-ser-exploradas-online-de-graca-thumb.png

small_mais-de-13-mil-especies-de-vertebrados-podem-ser-exploradas-online-de-graca-thumb.png

thumbnail_mais-de-13-mil-especies-de-vertebrados-podem-ser-exploradas-online-de-graca-thumb.png

mais-de-13-mil-especies-de-vertebrados-podem-ser-exploradas-online-de-graca-thumb.png

Mais de 13 mil espécies de vertebrados podem ser exploradas online de graça

Com um corpo no formato de um dardo, os gars possuem genomas que mudam cerca de três vezes mais lentamente do que outros vertebrados ainda vivos na natureza

Se observarmos de perto um caranguejo-ferradura, essencialmente estaremos olhando para uma criatura de milhões de anos que nos mostra um pouco sobre o passado do nosso planeta. Animais como eles, celacantos e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128893-ornitorrinco-de-24-anos-e-o-mais-velho-ja-encontrado-na-natureza.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ornitorrincos</a> são o que Charles Darwin batizou de "fósseis vivos", espécies que ainda existem e que mostram muito poucas diferenças físicas em relação aos seus ancestrais.Contudo, outra criatura parece ter ganhado recentemente o título de rei dos fósseis vivos: o gar, um antigo peixe com nadadeiras raiadas e que evoluiu mais lentamente do que qualquer outra espécie de vertebrados. Inclusive, um novo estudo publicado na revista Evolution descobriu que eles têm a taxa de evolução mais lenta entre todos os vertebrados com mandíbula — apresentando um genoma que muda muito mais lentamente do que outros animais.<ul><li>Leia também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128500-fosseis-vivos-7-animais-que-tem-a-mesma-aparencia-ha-milhares-de-anos.htm">Fósseis vivos: 7 animais que têm a mesma aparência há milhares de anos</a></li></ul><h2>Características dos gars</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/11/11034505068023.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)"><figcaption>Os gars podem ser encontrados na América do Norte. (Fonte: GettyImages)</figcaption></figure></figure>Ao todo, existem sete espécies conhecidas de gars. Esses peixes podem ser encontrados na América do Norte e vivem tanto em águas doces, salgadas e salobras, mas principalmente em estuários. Eles têm corpos em formato de dardos e um bico longo que funciona como uma pinça. Além disso, os gars também põem ovos de cor verde que são altamente tóxicos para qualquer predador que almeja comê-los.Todas as sete espécies vivas desse peixe são quase idênticas aos primeiros fósseis de gars conhecidos, o que explica o fato de serem "<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128500-fosseis-vivos-7-animais-que-tem-a-mesma-aparencia-ha-milhares-de-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fósseis vivos</a>" tão proeminentes. Esses espécimes datam de cerca de 150 milhões de anos atrás, no período Jurássico. Já há 100 milhões de anos, uma das duas principais linhagens vivas desses animais começou a aparecer nos nossos registros fósseis.Em um novo estudo, cientistas analisaram um conjunto de 1.105 regiões codificadoras do DNA de uma amostra de 471 espécies de vertebrados com mandíbulas. Então, eles descobriram que o DNA dos gars evoluiu consistentemente até três vezes mais devagar do que qualquer outro grupo importante de vertebrados.&nbsp;<h2>Curiosidades evolutivas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/11/11034522114025.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)"><figcaption>Algumas espécies de gar conseguem se reproduzir entre si. (Fonte: GettyImages)</figcaption></figure></figure>Para entender mais sobre esses peixes, os pesquisadores analisaram um processo chamado hibridização, onde duas espécies diferentes produzem descendentes viáveis que têm a capacidade de se reproduzir quando chegam na fase adulta. Algumas espécies de gar conseguem se reproduzir entre si e seus descendentes permanecem férteis ao atingir a maturidade sexual — algo não muito comum na natureza.De acordo com o estudo, os gars têm a divisão parental identificada mais antiga entre todos os animais, plantas e fungos que podem produzir descendentes capazes de sobreviver e se reproduzir. Os recordistas anteriores eram duas espécies de samambaias. Nesse caso, o ancestral comum dos gars é cerca de 60 milhões de anos mais velho que o ancestral comum de ambas as samambaias.Para os investigadores, isso só é possível porque esses peixes possuem um aparato de reparo de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121199-o-que-e-o-dna-e-como-ele-se-parece.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">DNA</a> incomumente forte. Sendo assim, eles conseguem corrigir mutações somáticas e germinativas antes da concepção de seus filhotes, garantindo a saúde da prole.&nbsp;

large_GettyImages-2025609869.jpg

medium_GettyImages-2025609869.jpg

small_GettyImages-2025609869.jpg

thumbnail_GettyImages-2025609869.jpg

GettyImages-2025609869.jpg

Gar: o peixe que ganhou o título de rei dos 'fósseis vivos'

Usando uma técnica de reprogramação genética, cientistas podem estar perto de recriar antigo gigante do Ártico.

Uma startup de biotecnologia, a Colossal Biosciences, alega ter conseguido grandes avanços num dos objetivos mais intrigantes da ciência moderna: trazer de volta à vida o mamute-lanoso (Mammuthus primigenius) ou mamute-lanoso. De acordo com a empresa, a expectativa é de que essa façanha seja alcançada até 2028.&nbsp;A equipe da Colossal deu um passo importante na direção certa, ao derivar células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs, na sigla em inglês) de elefantes-asiáticos (Elephas maximus). Em suma, eles encontraram uma maneira de reprogramar as células desses elefantes, o que pode nos ajudar a entender melhor como os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128089-mandibula-de-mamute-gigante-de-10-mil-anos-e-descoberta-por-cacador-de-fosseis-na-florida.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mamutes-lanosos</a> se adaptaram ao Ártico e, quem sabe, até mesmo trazê-los de volta à vida.<h2 style="text-align:justify;">Criando a partir de um parente</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/13/13175114340350.jpg" alt="O elefante-asiático é um parente próximo do mamute-lanoso. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O elefante-asiático é um parente próximo do mamute-lanoso. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os cientistas partiram da ideia de "reprogramar" geneticamente elefantes-asiáticos, já que são os parentes vivos mais próximos dos mamutes, podendo assim incorporar características-chave dos mamutes-lanosos.&nbsp;Entretanto, alcançar um "mamute funcional" não é uma tarefa simples. Os cientistas enfrentam uma série de obstáculos desafiadores ao longo do processo. Desde a manipulação genética até garantir uma gestação eficiente, há uma jornada repleta de complexidades.Para se ter uma ideia, para alcançar o sucesso na criação das iPSCs, eles tiveram que suprimir genes específicos, incluindo um gene central conhecido como TP53, tarefa essa muito complicada.&nbsp;O ponto importante é que essas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122571-celulas-de-porcos-sao-revividas-apos-animais-sofrerem-parada-cardiaca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">células</a> iPSCs possuem uma incrível versatilidade. Elas têm a capacidade de se diferenciar em qualquer tipo de célula do corpo, o que abre um leque de possibilidades. Isso nos permite entender melhor as características distintivas dos mamutes e realizar edições genéticas sem afetar os elefantes vivos.Diante disso, pode-se dizer que a equipe alcançou um feito notável, pois foram capazes de reprogramar as células do elefante-asiático para um estado semelhante ao de células embrionárias. Esse passo fundamental abre as portas para a produção de espermatozoides e óvulos de elefantes em laboratório.A descoberta dessas células-tronco pluripotentes induzidas marca um avanço significativo. Agora, os cientistas têm a chave para desvendar os segredos genéticos por trás das adaptações dos mamutes ao frio extremo. Além disso, essa descoberta pode ter implicações importantes na conservação de espécies ameaçadas, incluindo os próprios elefantes-asiáticos.<h2 style="text-align:justify;">Debates necessários</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/13/13175240426351.jpg" alt="Muito se debate sobre se seria ético recriar animais extintos. (Fonte: GettyImages/ Reprodução) "><figcaption>Muito se debate sobre se seria ético recriar animais extintos. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Obviamente que muita gente pode ter certo receio quanto a recriar outros animais extintos, talvez temendo um resultado nada animador como o visto no <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122050-6-fatos-sobre-dinossauros-que-jurassic-park-te-ensinou-errado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">filme Jurassic Park</a> ou simplesmente pelos possíveis impactos ecológicos que a inserção desses animais possam gerar.&nbsp;Por isso, há muito debate ambiental e ético desse empreendimento, pois muitas perguntas precisam ser respondidas. Quantos mamutes são necessários para fazer a diferença? Será que estamos mexendo demais com a natureza? São perguntas importantes que merecem reflexão.Contudo, há também uma razão ecológica séria por trás disso. Os mamutes-lanosos desempenhavam um papel vital nos ecossistemas do Ártico, ajudando a manter a vegetação rasteira, o que, por sua vez, reduzia o acúmulo de neve e o derretimento do permafrost. Em outras palavras, eles eram os jardineiros do Ártico, mantendo o equilíbrio natural.Então, enquanto o debate sobre a ética ecológica continua, uma coisa é certa: estamos testemunhando um momento emocionante na interseção entre a ciência e a ficção. O futuro é selvagem — literalmente.

large_empresa-diz-ter-descoberto-como-ressuscitar-mamute-lanoso-thumb.png

medium_empresa-diz-ter-descoberto-como-ressuscitar-mamute-lanoso-thumb.png

small_empresa-diz-ter-descoberto-como-ressuscitar-mamute-lanoso-thumb.png

thumbnail_empresa-diz-ter-descoberto-como-ressuscitar-mamute-lanoso-thumb.png

empresa-diz-ter-descoberto-como-ressuscitar-mamute-lanoso-thumb.png

Empresa diz ter descoberto como "ressuscitar" mamute-lanoso

Pontas de madeira que eram usadas para proteger construções romanas foram achadas na Alemanha.

No solo úmido da colina Blöskopf, próxima a Bad Ems, <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124707-na-alemanha-pais-estressados-tem-direito-a-3-semanas-de-ferias.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">na Alemanha</a>, arqueólogos desenterraram um tesouro há muito perdido: pontas de madeira afiadas que remontam aos tempos de Júlio César. Essas pontas, semelhantes às mencionadas nas narrativas do lendário líder romano sobre suas campanhas militares, agora surgem como testemunhas vivas de estratégias defensivas antigas.&nbsp;Datadas de cerca de 47 d.C., essas descobertas reescrevem parte da história da região, revelando a presença de dois acampamentos militares romanos anteriormente desconhecidos.<h2 style="text-align:justify;">Defesa romana</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/12/12165028519399.jpg" alt="Pontas de madeira serviam como uma espécie de arame farpado. (Fonte: Frederico Auth, Smithsonian Magazine/ Divulgação)"><figcaption>Pontas de madeira serviam como uma espécie de arame farpado. (Fonte: Frederico Auth, Smithsonian Magazine/ Divulgação)</figcaption></figure></figure>As escavações lideradas pelo jovem arqueólogo Frederic Auth, da Universidade Goethe, revelaram um complexo de defesa elaborado, composto por estacas de madeira afiadas cuidadosamente dispostas para proteger os acampamentos.&nbsp;Essas estruturas, comparáveis ao arame farpado moderno, foram projetadas para dissuadir os inimigos de se aproximarem, mantendo os soldados <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127040-os-5-imperadores-romanos-mais-velhos-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">romanos</a> protegidos durante suas incursões na busca por minério de prata.Os achados, que incluem uma moeda que remonta a 43 d.C., não só desafiam suposições de décadas sobre a região, mas também levantam questões intrigantes sobre o propósito e o destino desses acampamentos.&nbsp;Apesar de projetados como construções sólidas, ambos os acampamentos nunca foram concluídos e foram incendiados alguns anos após sua construção. Obviamente que só restou aos pesquisadores perguntar o porquê dessas obras terem ficado inacabadas.&nbsp;A resposta pode estar nos relatos do historiador romano Tácito, que descreve as tentativas malsucedidas do governador romano Curtius Rufus de extrair prata na área, isso lá pelos idos de 47. d.C.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">À procura de prata</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/12/12165238735401.jpg" alt="Escavação revelou artefato mencionado pelo imperador Júlio César. (Fonte: Frederico Auth, Universidade Goethe/ Divulgação)"><figcaption>Escavação revelou artefato mencionado pelo imperador Júlio César. (Fonte: Frederico Auth, Universidade Goethe/ Divulgação)</figcaption></figure></figure>A presença de um sistema de túneis romanos sugere que a mineração de prata estava em andamento, mas os resultados foram decepcionantes. Os romanos, incapazes de atingir grandes quantidades de minério, podem ter abandonado os acampamentos, indo em busca de recursos mais lucrativos.Como as defesas fortes e bem elaboradas também foram deixadas para trás, é possível que os romanos tenham tido necessidade de sair rápido do local, abandonando suas construções por completo.&nbsp;Essa hipótese é reforçada pelo fato de que o verdadeiro depósito de prata estava enterrado em um túnel próximo, uma descoberta que só seria aproveitada pelos mineiros séculos depois.Essa emocionante saga arqueológica em Bad Ems não apenas ilustra a habilidade dos romanos em se adaptar ao ambiente e usar estratégias defensivas inovadoras, mas também destaca como as narrativas históricas podem ser desafiadas e enriquecidas por descobertas surpreendentes.&nbsp;À medida que as pesquisas vão se desenvolvendo na região, os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115552-arqueologo-declara-ter-achado-artefatos-com-o-rosto-de-deus.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">arqueólogos</a> acreditam que mais informações sobre o enigma desses acampamentos serão reveladas, trazendo maior conhecimento acerca dos mecanismos que os romanos utilizavam para procurar minério de prata.As pontas de madeira agora repousam no Römisch-Germanisches Zentralmuseum em Mainz, testemunhos silenciosos de um passado distante que continua a surpreender e intrigar os estudiosos modernos.&nbsp;

Ciência

Novidades