Empresa diz ter descoberto como "ressuscitar" mamute-lanoso

14/03/2024 às 20:002 min de leituraAtualizado em 18/03/2024 às 19:11

Uma startup de biotecnologia, a Colossal Biosciences, alega ter conseguido grandes avanços num dos objetivos mais intrigantes da ciência moderna: trazer de volta à vida o mamute-lanoso (Mammuthus primigenius) ou mamute-lanoso. De acordo com a empresa, a expectativa é de que essa façanha seja alcançada até 2028. 

A equipe da Colossal deu um passo importante na direção certa, ao derivar células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs, na sigla em inglês) de elefantes-asiáticos (Elephas maximus). Em suma, eles encontraram uma maneira de reprogramar as células desses elefantes, o que pode nos ajudar a entender melhor como os mamutes-lanosos se adaptaram ao Ártico e, quem sabe, até mesmo trazê-los de volta à vida.

Criando a partir de um parente

O elefante-asiático é um parente próximo do mamute-lanoso. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)
O elefante-asiático é um parente próximo do mamute-lanoso. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)

Os cientistas partiram da ideia de "reprogramar" geneticamente elefantes-asiáticos, já que são os parentes vivos mais próximos dos mamutes, podendo assim incorporar características-chave dos mamutes-lanosos. 

Entretanto, alcançar um "mamute funcional" não é uma tarefa simples. Os cientistas enfrentam uma série de obstáculos desafiadores ao longo do processo. Desde a manipulação genética até garantir uma gestação eficiente, há uma jornada repleta de complexidades.

Para se ter uma ideia, para alcançar o sucesso na criação das iPSCs, eles tiveram que suprimir genes específicos, incluindo um gene central conhecido como TP53, tarefa essa muito complicada. 

O ponto importante é que essas células iPSCs possuem uma incrível versatilidade. Elas têm a capacidade de se diferenciar em qualquer tipo de célula do corpo, o que abre um leque de possibilidades. Isso nos permite entender melhor as características distintivas dos mamutes e realizar edições genéticas sem afetar os elefantes vivos.

Diante disso, pode-se dizer que a equipe alcançou um feito notável, pois foram capazes de reprogramar as células do elefante-asiático para um estado semelhante ao de células embrionárias. Esse passo fundamental abre as portas para a produção de espermatozoides e óvulos de elefantes em laboratório.

A descoberta dessas células-tronco pluripotentes induzidas marca um avanço significativo. Agora, os cientistas têm a chave para desvendar os segredos genéticos por trás das adaptações dos mamutes ao frio extremo. Além disso, essa descoberta pode ter implicações importantes na conservação de espécies ameaçadas, incluindo os próprios elefantes-asiáticos.

Debates necessários

Muito se debate sobre se seria ético recriar animais extintos. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)
Muito se debate sobre se seria ético recriar animais extintos. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)

Obviamente que muita gente pode ter certo receio quanto a recriar outros animais extintos, talvez temendo um resultado nada animador como o visto no filme Jurassic Park ou simplesmente pelos possíveis impactos ecológicos que a inserção desses animais possam gerar. 

Por isso, há muito debate ambiental e ético desse empreendimento, pois muitas perguntas precisam ser respondidas. Quantos mamutes são necessários para fazer a diferença? Será que estamos mexendo demais com a natureza? São perguntas importantes que merecem reflexão.

Contudo, há também uma razão ecológica séria por trás disso. Os mamutes-lanosos desempenhavam um papel vital nos ecossistemas do Ártico, ajudando a manter a vegetação rasteira, o que, por sua vez, reduzia o acúmulo de neve e o derretimento do permafrost. Em outras palavras, eles eram os jardineiros do Ártico, mantendo o equilíbrio natural.

Então, enquanto o debate sobre a ética ecológica continua, uma coisa é certa: estamos testemunhando um momento emocionante na interseção entre a ciência e a ficção. O futuro é selvagem — literalmente.

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