Arma defensiva romana descrita por Júlio César é enfim encontrada

14/03/2024 às 18:002 min de leituraAtualizado em 18/03/2024 às 19:12

No solo úmido da colina Blöskopf, próxima a Bad Ems, na Alemanha, arqueólogos desenterraram um tesouro há muito perdido: pontas de madeira afiadas que remontam aos tempos de Júlio César. Essas pontas, semelhantes às mencionadas nas narrativas do lendário líder romano sobre suas campanhas militares, agora surgem como testemunhas vivas de estratégias defensivas antigas. 

Datadas de cerca de 47 d.C., essas descobertas reescrevem parte da história da região, revelando a presença de dois acampamentos militares romanos anteriormente desconhecidos.

Defesa romana

Pontas de madeira serviam como uma espécie de arame farpado. (Fonte: Frederico Auth, Smithsonian Magazine/ Divulgação)
Pontas de madeira serviam como uma espécie de arame farpado. (Fonte: Frederico Auth, Smithsonian Magazine/ Divulgação)

As escavações lideradas pelo jovem arqueólogo Frederic Auth, da Universidade Goethe, revelaram um complexo de defesa elaborado, composto por estacas de madeira afiadas cuidadosamente dispostas para proteger os acampamentos. 

Essas estruturas, comparáveis ao arame farpado moderno, foram projetadas para dissuadir os inimigos de se aproximarem, mantendo os soldados romanos protegidos durante suas incursões na busca por minério de prata.

Os achados, que incluem uma moeda que remonta a 43 d.C., não só desafiam suposições de décadas sobre a região, mas também levantam questões intrigantes sobre o propósito e o destino desses acampamentos. 

Apesar de projetados como construções sólidas, ambos os acampamentos nunca foram concluídos e foram incendiados alguns anos após sua construção. Obviamente que só restou aos pesquisadores perguntar o porquê dessas obras terem ficado inacabadas. 

A resposta pode estar nos relatos do historiador romano Tácito, que descreve as tentativas malsucedidas do governador romano Curtius Rufus de extrair prata na área, isso lá pelos idos de 47. d.C. 

À procura de prata

Escavação revelou artefato mencionado pelo imperador Júlio César. (Fonte: Frederico Auth, Universidade Goethe/ Divulgação)
Escavação revelou artefato mencionado pelo imperador Júlio César. (Fonte: Frederico Auth, Universidade Goethe/ Divulgação)

A presença de um sistema de túneis romanos sugere que a mineração de prata estava em andamento, mas os resultados foram decepcionantes. Os romanos, incapazes de atingir grandes quantidades de minério, podem ter abandonado os acampamentos, indo em busca de recursos mais lucrativos.

Como as defesas fortes e bem elaboradas também foram deixadas para trás, é possível que os romanos tenham tido necessidade de sair rápido do local, abandonando suas construções por completo. 

Essa hipótese é reforçada pelo fato de que o verdadeiro depósito de prata estava enterrado em um túnel próximo, uma descoberta que só seria aproveitada pelos mineiros séculos depois.

Essa emocionante saga arqueológica em Bad Ems não apenas ilustra a habilidade dos romanos em se adaptar ao ambiente e usar estratégias defensivas inovadoras, mas também destaca como as narrativas históricas podem ser desafiadas e enriquecidas por descobertas surpreendentes. 

À medida que as pesquisas vão se desenvolvendo na região, os arqueólogos acreditam que mais informações sobre o enigma desses acampamentos serão reveladas, trazendo maior conhecimento acerca dos mecanismos que os romanos utilizavam para procurar minério de prata.

As pontas de madeira agora repousam no Römisch-Germanisches Zentralmuseum em Mainz, testemunhos silenciosos de um passado distante que continua a surpreender e intrigar os estudiosos modernos. 

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