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15/03/2024 às 09:00•2 min de leituraAtualizado em 15/03/2024 às 09:00
Para quem se interessa pelo mundo animal, uma iniciativa que reuniu diversos materiais produzidos em uma série de estudos está disponível, permitindo que o conhecimento esteja acessível a todos, e o melhor, sem sair de casa. O projeto openVertebrate (oVert) oferece imagens 3D com detalhes incríveis de mais de 13 mil animais vertebrados.
Liderado pelo Florida Museum of Natural History, inicialmente, o objetivo era criar uma comunidade de digitalização, mas é possível ver como o projeto já se tornou algo maior. Fruto da colaboração de estudiosos de 25 instituições de ensino, incluindo a Universidade de Harvard, Universidade do Texas, Universidade de Chicago e Universidade da Flórida, foi questão de tempo para outras parcerias serem firmadas.
Esse riquíssimo material, digitalizado entre 2017 e 2023, pode facilitar a vida de pesquisadores, uma vez que muitas dessas imagens obtidas contaram com o uso de recursos que não estão amplamente disponíveis.
Além disso, por não estar restrito a análise de espécies locais, pesquisadores podem se aprofundar no estudo de animais de outras porções, usufruindo também do conhecimento já produzido, reduzindo as barreiras financeiras, temporais e geográficas.
Estudantes e público geral podem ser igualmente beneficiados por esses recortes e amostras raras. Esse trabalho ainda é útil para análise de espécies frágeis e, ao mesmo tempo, evita o desgaste das amostras, bem como reduz a necessidade de retrabalho.
Em um artigo publicado na Bioscience no último dia 6, os pesquisadores envolvidos nesse esforço compartilharam detalhes desse projeto, que aumentou em larga escala o alcance dos museus de história natural espalhados pelo mundo.
Não se trata de substituir totalmente a necessidade de realizar visitas em diferentes espaços, mas de aproveitar os recursos empregados online para ampliar o acesso: mais da metade dos gêneros de répteis, anfíbios, mamíferos, aves e peixes existentes estão dispostos em tomografias de altíssima qualidade.
Ou seja, a visualização pode ser bastante esmiuçada, tanto do interior quanto do exterior do animal. Dessa forma, torna-se virtualmente possível abrir a boca de um sapo e explorar detalhes, seja dos dentes, ou mesmo dos ossos, vasos e tecidos musculares. A expectativa é que o OpenVertebrate também ajude a sanar muitas lacunas.
Em meio a esse trabalho de análise, vale lembrar, muitas conclusões interessantes podem surgir, como a que houve a partir de um estudo massivo que se concentrou em sapos. Fazendo uso das tomografias computadorizadas disponíveis na oVert, estudiosos puderam comprovar que ao longo do processo de evolução, os sapos perderam seus dentes mais de 20 vezes, o que mostra como esses processos não são tão lineares e definitivos quanto aparentam.