Saúde/bem-estar
15/03/2024 às 12:00•2 min de leituraAtualizado em 15/03/2024 às 12:00
As salamandras conhecidas como "proteus" (Proteus anguinus) passam mais tempo fora de suas tocas do que se pensava. A informação é de um estudo publicado na revista Ecology em fevereiro desde ano. Os anfíbios se assimilam aos axolotes, embora tenham o corpo mais alongado e sejam cegos.
Segundo a pesquisa, um espécime foi encontrado nadando em uma nascente acima do solo em 2020, para surpresa dos estudiosos. Entre 2020 e 2023, a equipe monitorou a região do planalto Cársico, no nordeste da Itália. Neste tempo, foram 10 cavernas e 69 nascentes observadas.
Os animais aquáticos foram encontrados em 15 dessas nascentes. Além disso, os pesquisadores também observaram a existência de uma "larva" — uma versão "bebê" dos proteus. Embora ainda não haja certeza, isso pode indicar que eles sejam capazes de procriar acima do solo.
Os proteus também já foram chamados de "dragões bebê" por conta de sua aparência. Após passarem milhões de anos na escuridão, os indivíduos cegos — mais bem adaptados — foram selecionados. Dessa forma, a espécie hoje possui excelente audição, olfato e se locomove usando campos elétricos.
Justamente por essas características, acreditava-se que esses animais vivessem quase exclusivamente em locais escondidos. Apesar de serem esguios, a falta de visão é um fator que os deixa sujeitos aos predadores em locais mais expostos.
"Inesperadamente, os proteus foram repetidamente detectados mesmo durante o dia, quando as condições dos habitats superficiais (luz e ocorrência visual de predadores) são consideradas particularmente inadequadas para especialistas em cavernas", diz o artigo.
Como dito anteriormente, o proteus compensa a falta de visão com seus sentidos mais aguçados. Ele ainda conta com órgãos sensoriais que facilitam o reconhecimento do ambiente.
Existem, por exemplo, os fotossensores, capazes de reconhecer a luz. Embora as larvas contem com olhos normais, o desenvolvimento para e começa a regredir. O resultado é uma atrofia dos olhos após quatro meses. Ainda assim, os fotossensores se mantém no corpo e nos globos oculares regredidos.
Além disso, eles são capazes de sentir concentrações muito baixas de compostos orgânicos na água. Já com a ajuda dos receptores mecânicos e elétricos, essas salamandras recebem vibrações de ondas sonoras da água e do solo.