Ciência
06/11/2013 às 07:19•3 min de leitura
Na tentativa de recontar grandes acontecimentos históricos, muitas vezes os filmes acabam cometendo alguns deslizes. Devemos ter em mente que às vezes isso realmente acontece por falta de conhecimento e de uma busca mais específica e aprofundada; porém, os diretores e roteiristas podem acabar mudando a história apenas para criar uma cena ou um enredo mais interessante.
De qualquer maneira, o site Popular Mechanics fez um levantamento com os “erros” que podem ser encontrados em filmes de guerras e batalhas. Selecionamos alguns desses deslizes para você conferir e não se deixar enganar na próxima vez em que assistir a esses filmes. Não perca!
Erro: Schindler é representado como o único autor da lista.
Em geral, o drama recriado por Steven Spilberg é bastante acurado e, de fato, havia uma lista na qual eram registrados os nomes dos judeus que sobreviviam ao holocausto. No entanto, algumas fontes apontam que Schindler não era o único a cuidar dessa relação. Na verdade, existiram diversas listas de nomes. Ainda, durante um certo período Schindler estava preso por suborno e isso o teria impedido de ajudar seu contador Itzhak Stern a digitar o rol.
Erro: a Batalha da Ponte de Stirling é encenada em campo aberto.
Um dos pontos altos do filme é quando o exército escocês, comandado por William Wallace (Mel Gibson) se posiciona no campo para derrotar os ingleses. Mas a cena foi construída com base na Batalha da Ponte de Stirling, que aconteceu em 1297, e teve como principal destaque o uso que os combatentes escoceses fizeram da estreita ponte para ganhar vantagem e derrotar a cavalaria inglesa. No cinema, a batalha entre escoceses e ingleses acontece em um campo aberto e não existe nenhuma ponte. Tudo indica que os produtores acreditaram que recriar a batalha em uma ponte estreita não resultaria em uma cena tão fascinante nas telonas.
Erro: os americanos vencem a batalha final.
A batalha final retratada no filme mostra a vitória americana, que aconteceu com a ajuda do exército e da milícia local, sobre o general britânico Charles Cornwallis. Porém, o combate mostrado no filme é, na verdade, uma grande miscelânea dos acontecimentos das batalhas reais de Cowpens e Guilford Court House. De fato, os americanos venceram a Batalha de Cowpens, mas foram os britânicos que ficaram com a honra de ganhar na Batalha de Guilford Court House. O último combate, no entanto, ajudou a decidir a Guerra da Independência dos Estados Unidos devido ao grande número de mortos e feridos das forças britânicas.
Erro: os espartanos não usam armaduras.
Não podemos negar que o filme “300” elevou o nível das produções cinematográficas de guerra ao recontar a Batalha das Termópilas. E para aumentar o clima de ação, o enredo chega a alongar algumas verdades históricas em determinadas momentos. Mas podemos considerar que o principal deslize da produção é o fato de os másculos soldados espartanos lutarem sem camisa – e sem qualquer outro tipo de equipamento que garanta sua proteção. Os especialistas ressaltam que os espartanos sempre usavam armaduras e existiam até tipos diferentes de equipamentos. Segundo John Burgess, ex-oficial do Serviço Estrangeiro dos Estados Unidos, os arqueiros utilizavam armaduras mais leves, por exemplo. O especialista ainda explica que é possível que alguns espartanos não tivessem equipamento adequado, mas somente se fossem novos recrutas que não tivessem dinheiro.
Erro: a preparação do navio de batalha leva poucos minutos.
Sabemos que não é possível esperar muita verossimilhança em um filme em que aliens estão tentando destruir navios de guerra. De qualquer maneira, fica difícil acreditar na cena que mostra o Tenente Alex Hopper e um grupo de veteranos de guerra que deixam um navio de batalha pronto para atacar em poucos minutos. A cena conta até com algumas piadas divertidas, mas é fato que um encouraçado das proporções do famoso USS Missouri precisaria de alguns dias para estar pronto para a batalha. “Considere que os nossos navios mais antigos precisam de cinco dias para ficar operantes. Mas em um filme sobre um jogo de tabuleiro eu não esperaria muito realismo”, comentou Michael James Barton, reservista da Força Áerea Americana.
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Vale lembrar que esse tipo de cinema é feito para o entretenimento. O que diretores, roteiristas e produtores buscam é a melhor alternativa para representar determinado fato de maneira a impressionar e divertir seus espectadores. Quem procura informações válidas sobre importantes acontecimentos históricos certamente vai encontrar fontes mais confiáveis em livros e documentários sobre o assunto.