Artes/cultura
15/06/2022 às 12:00•3 min de leitura
A escola e a educação evoluem constantemente. Não é bobagem quando se quis que o ensino de séculos passados pareceria hoje do tempo jurássico. E isso vai além do conteúdo: práticas, costumes e até o perfil étnico e socioeconômico mudou bastante, mesmo se o recorte não for tão grande, digamos algo próximo a um século.
Tópicos como a evasão escolar, por exemplo, eram dignos de pânico. Nos Estados Unidos, no início do século XX, apenas 51% das crianças e adolescentes estavam matriculados na escola. Para mostrar as gritantes diferenças nestes 100 anos, acompanhe conosco 5 diferenças da educação no início do século passado para a atual.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Quase todos sabem que a educação sempre foi um atributo de poder. Logo, como ele sempre foi exercido pelas elites financeiras dos países (em muitos casos, restrita à monarquia e a alguns elementos do clero), não era qualquer pessoa que tinha acesso à educação. Nem mesmo com o fim da escravidão, negros puderem chegar às escolas.
Nos Estados Unidos, ainda houve o período de escolas segregadas racialmente. Ao longo dos últimos 100 anos, além de negros, mulheres e indígenas puderam estudar, inclusive sem diferenciação de escolas e de conteúdo. Mesmo com dificuldades (maiores nos países do cone Sul do mundo), hoje são raros os casos em que a escola não é plural e inclusiva.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Não é nem questão do avanço da tecnologia, durante muito tempo até o papel, caneta e lápis foram artigos de luxo. No início do século XX, os estudantes de várias partes do mundo utilizavam pequenas lousas e alguns pedaços de giz, já que cadernos e canetas tinteiro eram caros e de difícil acesso.
Até por isso, a lição de casa também é uma invenção, digamos, recente. Já outros acessórios escolares como borrachas, réguas, esquadros, lápis coloridos, enfim, são todas invenções relativamente recentes - e mesmo elas demoraram a ser de acesso universal.
Já uma invenção que é antiga e primordial é a merenda escolar. No início dos anos 1900, pequenas escolas dos Estados Unidos já serviam comida quente às crianças que frequentavam as instituições de ensino. Desde aquela época, muita gente só conseguia se alimentar ao ir estudar.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Parece loucura, não? Mas a geopolítica (e alguns governantes malucos) pode explicar esse tópico. Idiomas como o alemão, o japonês e o russo já foram proibidos de serem ensinados nos Estados Unidos, por exemplo, nos períodos de pós-guerra.
Línguas nativas também costumam ser alvo de perseguição, sendo seu ensino dificultado em países com grande participação de populações indígenas ou constituídos por diferentes tribos, como nos países africanos e no Oriente Médio.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Sabe a imagem perpetuada na cultura popular de uma sala de aula comandada por uma professora? Pois saiba que isso não era fruto apenas da ficção. Em países como os Estados Unidos, as salas de aula eram redutos majoritariamente femininos. Aproximadamente 84% dos responsáveis pela educação norte-americana em 1919 eram mulheres.
Esse número era ainda maior um século antes, fruto de políticas públicas que até acreditavam no poder da educação, mas não estavam tão interessadas em investir rios de dinheiro para isso. Assim, preferiam contratar mulheres, que recebiam menos do que homens para o mesmo tipo de trabalho.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Conhece a musiquinha "não sabe, não sabe, tem que aprender"? Então, a parte do burro é relativamente verdadeira. Em muitas escolas pelo mundo, crianças que os professores consideravam estar atrapalhando o bom desenvolvimento das aulas, ou que não sabiam responder perguntas elaboradas por eles, acabavam usando um "chapéu de burro".
Esses alunos eram colocados em um canto da sala com uma espécie de chapéu pontudo, com o objetivo único de humilhação pública. E a prática foi comum até meados da década de 1950. Imagine o bullying se essas crianças se tivessem celulares com acesso à internet?