Até 1960, pessoas ainda viviam em cavernas na Capadócia

02/07/2022 às 13:002 min de leitura

Capadócia significa “Terra dos lindos cavalos” em persa. Quanto aos cavalos, é incerto saber, visto que seria necessário que algo além de pó tivesse sobrevivido desde o século XII a.C., para comprovar. Por outro lado, em questão de terra, realmente o nome faz jus à beleza do nome.

Localizada na Turquia, a região é considerada um dos locais mais bonitos do mundo e patrimônio histórico mundial pela UNESCO, formada há 60 milhões de anos pela erosão de camadas macias de lava e cinzas dos montes Erciyes, Hasan e Gullu, com ajuda do vento e chuva ao longo dos milhares de anos.

(Fonte: Nick Travel/Reprodução)(Fonte: Nick Travel/Reprodução)

Testemunha silenciosa da história cultural da Anatólia, o primeiro assentamento humano na Capadócia data da era paleolítica, culpa do povo indo-europeu hititas, que no II milênio a.C., fundou o poderoso império na Anatólia Central, hospedando colônias comerciais ao longo do tempo, fazendo dele um dos mais importantes entroncamentos para a Rota da Seda — e o mais essencial para o cristianismo nos tempos posteriores.

Foi por volta dessa época que o grande paraíso que atrai 2 milhões de turistas anualmente, começou a formar e habitar construções em cavernas.

Morando no subterrâneo

(Fonte: Pinterest/Reprodução)(Fonte: Pinterest/Reprodução)

De igrejas a casas esculpidas em rochas, esse tipo de arquitetura foi fundamental para os cristãos que precisavam escapar do domínio brutal do Império Romano. Esse também foi o caminho para criarem verdadeiras cidades subterrâneas, temendo que nunca conseguissem viver na superfície podendo ser quem eram.

Em 1972, na região de Ozkonak, uma cidade construída na encosta norte do Monte Idis, a 14 quilômetros a nordeste de Avanos, o agricultor local Latif Acar encontrou uma dessas cidades acidentalmente enquanto tentava descobrir o motivo de a água desaparecer de suas plantações.

Sua escavação revelou que o subterrâneo poderia abrigar cerca de 60 mil pessoas por até 3 meses em uma estrutura de 10 andares, com profundidade de 40 metros. Estima-se que a cidade tenha sido construída em meados do século II ou III, no auge da antipatia e perseguição cristã, conforme a religião se popularizava.

Em 2020, arqueólogos descobriram um complexo com 49 câmaras no sudeste da Turquia, no distrito de Midyat, província de Mardin. O espaço possui poços de água, silos de armazenamento de grãos, passagens, quartos de casas e altares, uma igreja cristã, uma sinagoga e uma mesquita.

(Fonte: Daily Sabah/Reprodução)(Fonte: Daily Sabah/Reprodução)

O descobrimento desses restos históricos deixou não só ainda mais claro que esse povo refugiado construiu aquilo com as próprias mãos porque imaginavam que aquela seria a realidade deles para sempre, quanto também que judeus, cristãos e muçulmanos viveram em harmonia.

E, embora eles não tenham vivido para sempre desse jeito, habitar o interior de casas em cavernas se tornou uma das características dos habitantes de várias províncias da Capadócia. Por séculos, foi isso que aconteceu em Zelve, um conjunto de vales, parte do distrito de Avanos e da província de Nevsehir. Não se sabe exatamente quando as pessoas começaram a povoar o espaço, apenas que ele era um centro religioso durante o século IX e XIII, onde os primeiros seminários para sacerdotes aconteceu.

A população do local viveu no vale até a década de 1960, quando o governo os evacuou devido à perigosa erosão das cavernas de milhares de anos, movendo-os para uma vila moderna a uma curta distância, que eles chamaram de Yeni Zelve. Atualmente, o vale original de Zelve é um museu que conta a história fascinante de como as pessoas chegaram lá.

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