Ciência
07/07/2022 às 02:00•3 min de leitura
O contexto de uma situação é sempre essencial para que uma história seja entendida como um todo. Porém, isso não significa que ele está sempre presente nas coisas que aprendemos sobre o passado. Ao ignorarmos o contexto de uma época e as circunstâncias presentes, perdemos todo o sentido dos fatos que estão sendo apresentados.
E não foram poucas as vezes que isso aconteceu. Com o passar do tempo, eventos históricos foram sendo repassados sem alguns detalhes que transformam toda a trajetória da humanidade e são extremamente relevantes. Então, nós separamos uma lista com cinco acontecimentos que foram completamente tirados de contexto. Veja só!
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Sócrates foi o primeiro filósofo moral da tradição ética ocidental e também é um dos fundadores da filosofia que conhecemos hoje. Logo, ele sempre foi apresentado como um homem honesto que foi julgado, condenado e executado erroneamente apenas por fazer perguntas desconfortáveis aos seus companheiros atenienses.
Entretanto, se levarmos em consideração a época em que o pensador estava inserido, algumas de suas ideias poderiam ser interpretadas como antidemocratas — moldando a mente de jovens. Mesmo que não existam relatos de que ele tenha participado de alguma ação do tipo, é possível imaginar que os atenienses contemporâneos o viam como um perpetuador da rebeldia e da desordem, incitando outros a fazerem coisas terríveis.
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Um dos grandes mitos relacionados à Segunda Guerra Mundial era que o presidente norte-americano Franklin Delano Roosevel (FDR) sabia de antemão que os japoneses planejavam atacar Pearl Harbor. Então, ele teria permitido o ataque para que os Estados Unidos pudessem entrar na guerra ao lado da Grã-Bretanha.
No entanto, essa alegação surgiu no contexto das eleições presidenciais que aconteceriam no país em 1944, sem que qualquer evidência crível tenha sido apresentada. A verdade é que FDR já enxergava a Alemanha nazista como uma ameaça e provavelmente já estava disposto a entrar no conflito bélico.
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Muitas pessoas acreditam fielmente que a primeira bomba atômica do mundo surgiu de uma corrida armamentista entre Estados Unidos e Alemanha, uma vez que existiam rumores de que físicos alemães estavam prestes a armar Adolf Hitler com uma dessas armas de destruição em massa.
É verdade que os países do eixo tinham medo que os alemães estariam desenvolvendo um programa nuclear avançado naquela época. No entanto, o pós-guerra revelou que os nazistas nunca estiveram perto de conhecer os segredos de uma bomba atômica e mesmo se tivessem mais uma década de guerra dificilmente teriam bons resultados.
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Durante as Olimpíadas de Berlim de 1936, cientistas alemães passaram a notar que o desempenho dos atletas norte-americanos havia sido aprimorado através da benzedrina. Então, eles teriam decidido criar sua própria droga para aprimorar os atletas que defendiam a Alemanha.
Um ano depois, um cientista chamado Dr. Fritz Hauschild acabou descobrindo a metanfetamina — que viraria uma droga ilícita no mundo todo. Entretanto, a Alemanha já era um gigante produtor químico no mundo muito antes disso e também era um país muito tolerante às drogas desde a Primeira Guerra Mundial. Portanto, a metanfetamina provavelmente surgiria sem qualquer influência dos atletas dos Estados Unidos.
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Uma epidemia de dependência química se espalhou pela Alemanha na Segunda Guerra Mundial de forma que até mesmo o Führer foi atingido — algo que explicaria algumas das decisões bizarras dos nazistas. Ao passo que o conflito progredia, Hitler tinha cada vez mais dificuldades de sair da cama ser sua dose de Pervitin, um composto à base de metanfetamina.
Isso foi em grande parte graças a um médico charlatão, Theodor Morell, que acabou virando o médico pessoal do ditador. Com contexto, entendemos que Hitler não consumia drogas por entretenimento, mas porque aprendeu que com elas conseguiria se livrar de algumas dores crônicas.
Dessa forma, ele virou não só dependente químico da metanfetamina, mas de cocaína também. Quando seus suprimentos de drogas se esgotaram nas últimas semanas da guerra, o líder alemão sofreu todos os sintomas de abstinência grave: delírios, psicose, paranoia, tremores extremos e insuficiência renal. Isso provavelmente marcou seu fim.
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