Ciência
02/07/2022 às 10:00•3 min de leitura
Muitos historiadores já investigaram quais seriam as doenças ou distúrbios que provavelmente fizeram Hitler ser uma pessoa tão má. Porém, há indícios de que sua saúde pode ter alguma relação com o fato de que a Alemanha perdeu a Segunda Guerra Mundial.
Algumas análises sugerem que ele pode ter apresentado vários problemas de saúde, que vão desde o mal de Parkinson à neurossífilis terciária. Porém, os historiadores têm certeza sobre algo: Hitler passou a vida inteira tendo problemas intestinais, que o levaram a sofrer de cólicas incapacitantes, diarreia, constipação e uma flatulência incontrolável.
Para tentar lidar com essa questão, Hitler mudou sua dieta e se tornou vegetariano, tirando alimentos como carnes, leite e manteiga e passou a ingerir vegetais e grãos integrais do seu cardápio. Por mais que a mudança tenha diminuído o odor dos seus gases, a nova dieta, por ser muito rica em fibras, também intensificou o problema.
Leia também: O caso do cocô que afundou um navio na Segunda Guerra Mundial
(Fonte: UOL)
Na década de 1930, Hitler conheceu um médico chamado Theodor Morell (que, pasme, era metade judeu) e passou a confiar muito nele — afinal, ele prestava consultas a pessoas importantes e era muito respeitado.
O doutor Morell prescreveu ao Führer pílulas probióticas que supostamente substituiriam as bactérias ruins de seu intestino por boas. Além disso, indicou pílulas anti-gás que ele deveria tomar depois de cada refeição.
A princípio, o tratamento deu certo e o ditador ficou exultante. No entanto, o efeito pode ter sido apenas psicológico, pois as crises intestinais continuavam a atacá-lo em períodos com muito estresse (e, sem dúvida, uma guerra é um momento em que o estresse fica alto).
Procurado novamente, o doutor Morell passou a recomendar uma grande quantidade de remédios contendo enzimas, extratos animais, hormônios, analgésicos, sedativos e estimulantes. Ao mesmo tempo, recomendava injeções diárias de vitaminas.
O resultado é que, em 1941, Hitler tomava 63 pílulas diferentes contendo 92 substâncias diferentes. Desconfiados, membros da cúpula nazista começaram a investigar, já que o doutor Morell não parava de enriquecer.
Um médico nazista chamado Erwin Giesing resolveu pesquisar o conteúdo das pílulas anti-gás e tomou um susto: dentre outras substâncias, elas continham estricnina (usada como veneno de rato) e atropina (uma toxina empregada como medicamento para o coração). Além de tudo, Hitler tomava uma dose acima da recomendada pelo doutor Morell.
(Fonte: ullstein bild Dtl./Getty Images)
Além das pílulas, o líder nazista tomava uma injeção diária com "vitaminas" secretas, preparada pelo doutor Theodore Morell. Quem o acompanhava de perto notava que, logo depois de tomá-la, o Führer passava de um estado grogue para eufórico e tagarela — sugerindo que, na verdade, ele recebia anfetaminas.
Não era exatamente estranho porque as anfetaminas eram recomendadas na Alemanha para soldados da tropa nazista, que as recebiam para ficarem alertas e mais dispostos nas batalhas.
Mas o que não se sabia na época é que as anfetaminas são altamente viciantes. Em pouco tempo, Hitler passou a exigir uma dose muito maior das drogas, pois seu corpo se tornou tolerante a elas. Ele também apresentava os sintomas clássicos de abuso de anfetaminas: insônia, falta de apetite, euforia, impulsividade, paranoia e mudanças bruscas de humor.
O que os historiadores desconfiam é que o uso excessivo desta substância pode ter relação com as más decisões tomadas por Hitler e teriam levado à perda da Segunda Guerra Mundial. Apenas na batalha de Stalingrado, 800 mil soldados morreram e 90 mil foram capturados, numa situação que poderia ter sido evitada caso o ditador tivesse dado ordens de forma prudente.
O uso pesado de anfetaminas também cobrou a conta no corpo de Hitler. Registros históricos dizem que, nos seus últimos dias, ele apresentava tremores e extrema fraqueza, que podem ter sido causados por derrames e paradas cardíacas — uma situação bem atípica para um homem de 56 anos.
Inclusive, há a hipótese de que, se Hitler não tivesse cometido suicídio em 30 de abril de 1945, ele provavelmente morreria logo depois.