Substâncias do cérebro podem prever Parkinson com décadas de antecedência

28/06/2019 às 04:002 min de leitura

Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde, 1% da população mundial com idade superior aos 65 anos tem Mal de Parkinson. A doença que ainda tem sua causa desconhecida, afeta os neurotransmissores do cérebro, que impactam diretamente nas funções cognitivas e motoras do paciente. Pela falta de conhecimento sobre as causas, o diagnóstico acontece apenas quando os primeiros sintomas aparecem, o que faz com que os tratamentos se iniciem muito tarde.

Entretanto, isso está prestes a mudar. Uma nova pesquisa conseguiu identificar um sinal de alerta antecipado para a doença, o que permitiria a identificação dos riscos até 20 anos antes que os efeitos sejam sentidos pelo paciente.

A pesquisa observou que pacientes que sofrem de Parkinson costumam ter um acúmulo da proteína α-sinucleína no cérebro. Até o momento, era quase impossível detectar se uma pessoa desenvolveria este acúmulo, mas o estudo, publicado no The Lancet Neurology, conseguiu fazer esse rastreio utilizando uma técnica chamada de tomografia por emissão de pósitrons.

Foto: Área em azul representa a redução de serotonina em pacientes saudáveis, nos que desenvolveram a doença (antes e depois dos sintomas). Fonte: Neurodegeneration Imaging Group, o King's College London.

Os pesquisadores identificaram que um pequeno número de pessoas apresenta uma mutação genética que as tornam suscetíveis a desenvolver o acúmulo de α-sinucleína, mas os cientistas foram além e analisaram grupos que não apresentavam o acúmulo, pessoas saudáveis e que desenvolveram a doença mesmo assim e pessoas com o acúmulo de proteína, mas sem Parkinson. Em todos os casos, observou-se uma redução nos níveis de produção de serotonina no organismo. Até o momento, acreditava-se que o mal de Parkinson estava associado apenas a uma redução da dopamina no corpo. Com as novas informações, e com uma análise periódica dos níveis de serotonina, seria possível prever os riscos da doença com 15 a 20 anos de antecedência.

Para o principal autor da pesquisa, Marios Politis, do King's College London, os resultados “sugerem que a detecção precoce de alterações no sistema de serotonina podem abrir portas para o desenvolvimento de novas terapias para retardar e, finalmente, prevenir a progressão da doença de Parkinson”.

Mesmo que a pesquisa seja recente e apresente dados de um pequeno grupo analisado, traz um promissor ponto de partida para novos estudos sobre a doença que, no Brasil, já acomete mais de 200 mil pessoas.

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