O que é o efeito placebo e de onde ele surgiu?

14/11/2021 às 09:002 min de leitura

Durante o século XIII, o termo "placebo" não era usado em ensaios clínicos para descrever pílulas de açúcar ou absolutamente qualquer outra coisa relacionada à medicina. Na verdade, essa era uma palavra que provavelmente faria você pensar em Deus e na morte caso fosse um membro da Igreja Católica Romana.

No latim, placebo significava algo como "eu servirei/agradarei" e, inclusive, era a primeira palavra no salmo "Ofício dos Mortos" — uma oração católica recitada para pessoas que haviam morrido. A frase completa dizia "eu servirei ao Senhor na terra dos vivos", e a palavra passou então a ser usada para se referir à reza como um todo.

Transformações linguísticas

(Fonte: Pixabay)(Fonte: Pixabay)

No século seguinte, no entanto, os falantes de inglês deram à palavra "placebo" um significado secundário mais literal para sua definição em latim. Se alguém dissesse que uma pessoa estava cantando, tocando ou fazendo "placebo", isso significaria que ela estava bajulando alguém ou agindo de forma servil.

Ou seja, nesse período da história, uma pessoa poderia ser descrita como sendo um placebo. Isso inclusive pode ser visto no conto The Merchant's Tale, do escritor Geoffrey Chaucer, que batizou um dos personagens de "Placebo". Na história, Placebo diz ao seu irmão mais velho tudo o que ele gostaria de ouvir, enquanto o terceiro irmão, Justino, é verdadeiro e fornece conselhos sinceros.

Portanto, faz sentido essa palavra ter sido introduzida na área da saúde como algo criado para fazer uma pessoa se sentir bem, embora não seja necessariamente verdadeiro. Porém, isso só foi acontecer em meados do século XVIII.

Chegada na medicina

(Fonte: Pixabay)(Fonte: Pixabay)

Em determinado momento, o termo "placebo" passou a ser usado no meio médico para descrever um medicamento ou tratamento sem qualquer comprovação científica de sua eficácia, mas com capacidade de gerar uma resposta positiva no corpo humano através da sensação psicológica de que o indivíduo estaria usando algo benéfico.

O termo "efeito placebo" só apareceu pela primeira vez nos diários médicos no início dos anos 1900. Por volta de 1950, estudos demonstraram que cerca de um terço dos pacientes (33%) apresentava melhoras de suas queixas, independente de sua natureza, quando recebia algum tipo de terapia com placebo.

Esse inclusive é um índice que permanece correto em estudos atuais e é usado como parâmetro para descobertas científicas. Por exemplo, as vacinas contra a covid-19 foram testadas clinicamente em paralelo à aplicação de placebos, para determinar a real eficácia das substâncias produzidas em laboratório. Se um medicamento apresenta números não muito expressivos de cura em comparação ao placebo, pode-se dizer que ele é ineficaz.

Efeito nocebo

(Fonte: Pixabay)(Fonte: Pixabay)

Nos anos 2000, a ciência também viu o surgimento da expressão "efeito nocebo" (no latim, nocebo se refere a causar dano). Ao contrário do efeito placebo, que indica que as pessoas sentirão os efeitos positivos de um medicamento mesmo que ele não seja de fato eficaz, o efeito nocebo é usado para demonstrar que o processo reverso também acontece.

Algumas pessoas durante os testes clínicos apresentam uma "reação psicológica" que as faz notar somente os possíveis efeitos colaterais de um medicamento. Isso acontece bastante com quem passa a tomar medicamentos genéricos, que despertam mais reações "negativas" de usuários apesar de terem a mesma fórmula das grandes marcas.

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